Saúde diz que Conecte SUS estará disponível na semana que vem
Ministério não informou quais plataformas foram danificadas nem a data em que os serviços estarão plenamente restabelecidos
Brasil|Do R7
O Ministério da Saúde informou neste sábado (11), por meio de nota, que os sistemas que ainda estão comprometidos em razão do ataque hacker realizado na madrugada desta sexta-feira (10) devem voltar a ficar disponíveis para a população na próxima semana. A pasta, porém, não especificou quais plataformas seguem danificadas nem a data prevista para que os serviços sejam plenamente restabelecidos.
"O Ministério da Saúde informa que está atuando com a máxima agilidade para restabelecer os sistemas que foram temporariamente comprometidos com o ataque causado na madrugada desta sexta-feira (10)", diz a pasta. "Vários sistemas já foram restabelecidos, e a expectativa é que os outros sistemas estejam disponíveis para a população na próxima semana", finaliza a nota.
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O grupo hacker Lapsus$ assumiu a autoria da invasão que tirou do ar o site do Ministério da Saúde, o Painel Coronavírus, o e-SUS Notifica, o Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI) e o Conecte SUS, que exibe dados de vacinação contra a Covid-19. A plataforma de controle e registro das pessoas vacinadas no país, por exemplo, segue sem apresentar as informações dos cidadãos.
Nesta sexta-feira, ao tentarem acessar o portal da pasta da Saúde, os usuários se depararam com a seguinte mensagem: "Os dados internos dos sistemas foram copiados e excluídos. 50 TB [terabytes] de dados está [sic] em nossas mãos". Ainda de madrugada, o informe do grupo ficou indisponível. As plataformas, contudo, seguem fora do ar.
A Polícia Federal (PF) e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) foram acionados ainda nesta sexta para investigar o caso. No fim da tarde de ontem, a PF abriu um inquérito para apurar as circunstâncias e os envolvidos no ataque. De acordo com os agentes federais, o Núcleo de Operações de Inteligência Cibernética já começou a realizar as perícias preliminares e constatou que os bancos de dados não chegaram a ser criptografados pelos hackers.
O ataque cibernético retardou a implementação da portaria editada pelo governo federal para regular a entrada de viajantes internacionais no país, como forma de frear a contaminação pela variante Ômicron da Covid-19.
O texto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (9) determina a exigência de apresentação do comprovante de vacinação ou, em casos de pessoas não imunizadas, o cumprimento obrigatório de quarentena por cinco dias no local de destino. A regra passaria a valer neste sábado, mas, depois da invasão, só entrará em vigor daqui a sete dias.
A Rede Sustentabilidade acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) para que cobrasse do governo a edição da portaria e determinasse a apresentação de explicações para o fato de não terem sido implementadas as recomendações da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o controle dos viajantes que chegam ao país.
Na segunda-feira (6), o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, deu aos ministérios da Saúde, Casa Civil, Infraestrutura e Justiça 48 horas para se manifestarem sobre o caso. A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou os argumentos do governo três dias depois e negou as acusações da Rede de que as pastas teriam se omitido de tomar as medidas necessárias para combater a variante Ômicron.