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Senadores pedem para enviar falas de Heinze ao Conselho de Ética

Parlamentar governista do RS aproveitou depoimento de CEO de farmacêutica na CPI para defender tratamento precoce de covid-19

Brasil|Do R7

Heinze defende remédios sem eficácia para a covid
Heinze defende remédios sem eficácia para a covid Heinze defende remédios sem eficácia para a covid (Waldemir Barreto/Waldemir Barreto/Ag�ncia Senado)

O senador governista Luis Carlos Heinze ( RS) foi responsável pelo momento mais tenso da CPI da Covid nesta quarta-feira (11) ao pedir para colocar um vídeo de seu colega de comissão, Otto Alencar (PSD-BA), que se recupera de covid-19 em casa.

Após ter o pedido indeferido pela senadora Eliziane Gama (PPS-MA), que presidia temporariamente a comissão na ausência de Omar Aziz (PSD-AM), Heinze ignorou a determinação da parlamentar e colocou o celular colado ao microfone para reproduzir um áudio de uma entrevista de Otto Alencar. Nela, o senador, que também é médico, afirma que em alguns casos a ivermectina poderia ser utilizada na fase inicial da doença.

Não fica claro se ele está falando em covid-19 nem foi apresentada a data da entrevista.

Eliziane interrompeu o áudio e falou que Heinze estava sendo desonesto com Otto Alencar, que não estava em plenário para se defender. Ela disse ainda que a fala é antiga e "descontextualizada".

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"Ele disse isso no início da pandemia, quando os entendimentos eram outros", explicou a senadora, que afirmou que as mesmas declarações haviam sido mencionadas no início dos trabalhos da comissão. E completou, com veemência:

"O senhor está sendo desonesto com seu colega de trabalho. Se o senhor não me respeita como presidente da comissão ao indeferir o seu áudio, respeite ao menos seu colega senador."

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Heinze reclamou que os opositores ao governo, o chamado G-7, estão autorizados a tudo quando decidem fazer qualquer denúncia. Os governistas, segundo ele, não têm o mesmo direito.

Aproveitando o depoimento do CEO da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista, nesta quarta-feira, o parlamentar gaúcho defendeu a ivermectina, produzida pelo laboratório, além da cloroquina e da proxalutamida, medicamentos utilizados sem comprovação científica em doentes de covid-19 ou como remédios profiláticos, para evitar o contágio.

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Heinze também citou uma suposta decisão da Justiça contra notícias que atacariam médicos que defendem tratamento precoce. Em suas palavras, o Poder Judiciário não aceitava fake news.

Eliziane voltou a falar: "Senador Heinze, um dos maiores propagadores de fake news aqui nessa CPI é o senhor. O senhor traz tantas informações erradas aqui." 

Após Heinze enumerar diversos dados a favor de medicamentos do tratamento precoce, sem eficácia contra a covid-19, teve o microfone cortado por Eliziane. 

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu para os últimos 30, 40 minutos da comissão serem enviados ao Conselho de Ética para ser anexado ao processo que já correria contra Luís Carlos Heinze.

"Ele reitera aqui documentos que já foram derrubados pela ciência há muito tempo", comentou Vieira.

Eliziane disse que recolhia sua questão de ordem e que os trinta minutos seriam encaminhados ao conselho.

"O papel dessa CPI aqui é trazer a verdade e informar aquilo que está à luz da ciência. O que está a margem é negacionismo e fake news e isso não será tolerado por essa comissão", finalizou Eliziane Gama.

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