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Voo com Cesare Battisti chega em Roma, na Itália, nesta segunda

Italiano, de 64 anos, é condenado a prisão perpétua por quatro assassinatos. As vítimas foram um açougueiro, policial, marechal penitenciário e joalheiro

Brasil|Plínio Aguiar, do R7*

Cesare Battisti durante voo de extradição, que segue da Bolívia para Roma
Cesare Battisti durante voo de extradição, que segue da Bolívia para Roma Cesare Battisti durante voo de extradição, que segue da Bolívia para Roma

O avião que leva o condenado a prisão perpétua Cesare Battisti, de 64 anos, deve pousar em Roma, na Itália, no início da tarde desta segunda-feira (14), no horário local. O italiano deixou a Bolívia na tarde deste domingo (13) e a previsão é que ele chegue por volta de 13h30 (10h30 horário de Brasília), no Aeroporto de Ciampino. A informação foi divulgada pela Ansa, agência de notícias italianas.

Leia mais: Primeiro-ministro diz que prisão de Battisti traz justiça às famílias

Foragido desde dezembro, Battisti foi preso na tarde do último sábado (12) em público, após agentes bolivianos verificarem que ele não tinha documentos legais para a entrada no país. O ministro do Interior da Bolívia, Carlos Romero, afirmou que Battisti foi expulso por ingresso ilegal no país.

No Brasil desde 2004, o italiano foi preso três anos depois. O governo da Itália pediu sua extradição, aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Contudo, no último dia de seu mandato, em dezembro de 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu que Battisti deveria ficar no Brasil, e o ato foi confirmado pela Suprema Corte. O presidente, Jair Bolsonaro (PSL), mesmo antes de empossado, defendia a extradição de Battisti. Nos últimos dias do governo Michel Temer, o STF ratificou a transferência para a Itália, mas Battisti não foi encontrado após a decisão.

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Pierluigi Torregiani, Lino Sabbadin, Antonio Santoro e Andrea Campagna
Pierluigi Torregiani, Lino Sabbadin, Antonio Santoro e Andrea Campagna Pierluigi Torregiani, Lino Sabbadin, Antonio Santoro e Andrea Campagna

Vítimas

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Condenado à prisão perpétua na Itália, Battisti foi sentenciado pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas. Ele se diz inocente.

A primeira vítima foi Antonio Santoro, um marechal da polícia penitenciária de 52 anos. Ele vivia uma vida tranquila com a mulher e três filhos em Údine, mas, em 6 de junho de 1978, foi morto pelo grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Segundo os investigadores, os assassinos o esperaram na saída da prisão e o balearam. A Justiça diz que Battisti e uma cúmplice foram os autores dos disparos, e os dois teriam trocado falsas carícias até o momento do atentado.

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Em 16 de fevereiro de 1979, os PAC fizeram uma ação dupla, matando o joalheiro Pierluigi Torregiani, em Milão, e o açougueiro Lino Sabbadin, em Mestre, parte de Veneza que fica em terra firme. Na reivindicação, o grupo disse ter "colocado fim" à sua "esquálida existência". Tanto o joalheiro quanto o açougueiro haviam matado ladrões a tiros em tentativas de roubo, e os atentados teriam sido uma vingança. O açougueiro era militante do partido neofascista MSI (Movimento Social Italiano).

Confira: Battisti merece 'terminar seus dias na prisão', diz governo italiano

A quarta vítima era o policial Andrea Campagna, morto em 19 de abril de 1979, em Milão. Um desconhecido se aproximou do agente e disparou a sangue frio. "Esperamos que desta vez ele seja extraditado", disse o irmão de Campagna, Maurizio, que ainda está cético quanto à possibilidade de Battisti cumprir sua pena.

Defesa

O advogado que defende Cesare Battisti no Brasil, Igor Tamasauskas, emitiu uma nota neste domingo em que afirma esperar "respeito aos direitos fundamentais" de seu cliente no desfecho do caso. Ele não pode atuar até que Battisti esteja em território nacional.

"A respeito da prisão do Cesare Batistti temos a informar que, como as notícias dão conta de que ele não se encontra no Brasil, seus advogados brasileiros não possuem habilitação legal para atuar em outra jurisdição que não a brasileira. Esperamos que o caso tenha um desfecho de respeito aos direitos fundamentais de nosso cliente", informa Tamasauskas.

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