Primeiro-ministro diz que prisão de Battisti traz justiça às famílias
Segundo Giuseppe Conte, a captura é um resultado esperado há mais de 40 anos. Um avião italiano deve chegar à Bolívia para transportar o ex-foragido
Internacional|Fabíola Perez, do R7
O primeiro ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou neste domingo (13), que a prisão do italiano Cesare Battisti trará justiça às famílias das vítimas dos quatro homicídios pelos quais o ex-foragido é condenado na Itália.
"As famílias Santoro, Torregiani, Sabbadin, Campanha Poderão, finalmente, poderão obter justiça. A captura e expulsão de César Battisti são um resultado esperado há mais de quarenta anos, que devemos principalmente a eles, bem como às outras vítimas de suas ações criminosas."
Leia mais: Presidência: Battisti passa pelo Brasil antes de ser extraditado
O primeiro ministro também fez referência aos serviços de inteligência dos países envolvidos nas buscas pelo italiano. "O esforço perseverante dos nossos serviços de inteligência, das nossas forças policiais e da Interpol, a colaboração das autoridades brasileiras e bolivianas e a determinação deste governo estão prestes a ser finalmente recompensados."
Segundo ele, um avião saiu da Itália com destino à Bolívia com o objetivo de transportar Battisti de volta para seu país de origem. À sua espera, o primeiro-ministro afirma que haverá prisões para mantê-lo durante o cumprimento da prisão perpétua. "Não por causa de suas ideias políticas, mas pelos quatro crimes cometidos e pelos vários crimes relacionados à luta armada e ao terrorismo."
Leia mais: Battisti: 4 presidentes brasileiros, batalhas judiciais e fugas, a saga até prisão na Bolívia
O ministro do Interior da Itália também se pronunciou por meio do Twitter agradecendo as forças policiais italianas e estrangeiras, a Interpol e "todos aqueles que trabalharam para a captura de Battisti". Ele disse ainda que Battisti não merece uma vida confortável e que deve passar os dias na prisão.
Passagem pelo Brasil
O assessor especial da presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, afirmou neste domingo (13) que o italiano Cerase Battisti, preso no sábado (12), em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, será trazido ao Brasil, de onde será levado possivelmente para a Itália, onde foi condenado por quatro homicídios na década de 1970.
Por meio de suas redes sociais, o assessor afirmou que o italiano será levado a seu país de origem para cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana. Battisti estava foragido desde o dia 14 de dezembro do ano passado.
Também por meio das redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) parabenizou os responsáveis pela prisão de Battisti. Em sua conta do Twitter, Bolsonaro escreveu que "finalmente a justiça será feita ao assassino italiano e companheiro de ideais de um dos governos mais corruptos que já existiram no mundo (PT)."
Entenda o caso
Leia também
Cesare Battisti, de 63 anos, foi condenado na Itália por homicídios e vivia em São Paulo. Ex-membro do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, um braço das Brigadas Vermelhas, ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios na década de 1970, dos quais se declara inocente.
Ele passou 30 anos como fugitivo entre o México e a França e, em 2004, veio para o Brasil, onde permaneceu escondido durante três anos, até ser detido em 2007.
Em 2009, o STF autorizou a extradição em uma decisão não vinculativa que dava a palavra final ao então presidente Lula, que a rejeitou em 2010, no último dia do segundo mandato e o ato foi confirmado pelo STF.