A pesquisa Ipespe/XP divulgada nesta sexta-feira (20) revela que 67% da população é favorável à privatização da Petrobras, mas apenas se houver garantia de que o preço dos combustíveis vai cair. Sem a expectativa de mudança no preço em caso de privatização, o levantamento mostra que 49% da população não concorda com a venda da estatal, contra parcela de 38% que é favorável. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, entregou a Paulo Guedes o pedido de estudos para a desestatização da Petrobras e do PPSA (Pré-Sal Petróleo). Para Sachsida, a medida seria a "libertação do povo contra os monopólios". O Ipespe também perguntou que expectativa teriam os entrevistados quanto à possibilidade de os preços caírem com a privatização. Para 44%, eles iriam aumentar. Para 26%, continuariam os mesmos. Apenas 19% disseram achar que os valores diminuiriam. Segundo o Ipespe, 64% dos entrevistados avaliam que a Petrobras tem “muita responsabilidade” sobre os aumentos. Os elevados reajustes no preço dos combustíveis têm irritado o presidente Jair Bolsonaro, que de forma recorrente critica a política adotada pela Petrobras, o Preço de Paridade Internacional (PPI), que faz com que o preço de gasolina, etanol e diesel acompanhe a variação do valor do barril de petróleo no mercado internacional. As medidas causam impacto direto e podem atrapalhar os planos do mandatário, que busca a reeleição neste ano. Recentemente, Bolsonaro pediu à Petrobras que não promovesse novos reajustes no preço dos combustíveis. Segundo o chefe do Executivo, a empresa vem registrando lucros abusivos, em meio à pandemia da Covid-19 e à guerra entre Rússia e Ucrânia, enquanto o Brasil vê a inflação subir, também por causa da alta do preço dos derivados de petróleo. Para o presidente, uma nova recomposição pode quebrar o país. "Petrobras, estamos em guerra. Petrobras, não aumente mais o preço dos combustíveis. O lucro de vocês é um estupro, é um absurdo. Vocês não podem mais aumentar o preço do combustível", disse.