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‘A COP30 será em Belém, não há plano B’, diz embaixador responsável pela conferência

Embaixador André Corrêa do Lago responde a críticas internacionais sobre preços abusivos na rede hoteleira

Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) ocorrerá em Belém, entre 10 e 21 de novembro.
  • Em resposta a críticas sobre os altos custos de hospedagem, o embaixador André Corrêa do Lago reforçou que não há plano B para a sede do evento.
  • O governo brasileiro disponibilizou 2.500 quartos com tarifas fixas para garantir a participação de países de baixa renda.
  • Corrêa destacou a importância da presença de representantes vulneráveis às mudanças climáticas para a legitimidade da conferência.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Embaixador André Corrêa do Lago reconhece preços altos para COP30 e oferece alternativas Valter Campanato/Agência Brasil - 14.05.2025

A 101 dias da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), prevista para ocorrer entre 10 e 21 de novembro, o governo brasileiro reforçou que o evento será realizado em Belém, capital do Pará.

Durante reunião virtual com jornalistas nesta sexta-feira (1º), o embaixador André Corrêa do Lago, secretário extraordinário da COP30, afastou qualquer possibilidade de mudança na sede, apesar das pressões internacionais sobre os altos custos de hospedagem.


“Quero deixar muito claro: a COP será em Belém, o encontro de chefes de Estado será em Belém, e não há nenhum plano B”, afirmou Corrêa do Lago.

Reunião emergencial

A declaração foi feita após uma reunião emergencial convocada pela organização do evento, na qual delegações de diversos países expressaram insatisfação com o aumento expressivo dos valores cobrados por hotéis e acomodações.


Segundo o secretário, três grupos regionais questionaram se haveria a possibilidade de transferir a conferência para outro município.

“Esses comentários não partiram de mim, nem do governo, nem da ONU. Estou apenas relatando a manifestação de países que estarão na COP”, esclareceu.


A maior preocupação vem de nações de baixa renda e pequenas ilhas em desenvolvimento, classificadas pela ONU como LDCs (Least Developed Countries — Países Menos Desenvolvidos) e PEIDs (Small Island Developing States — Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento).

Representantes desses países recebem diárias fixas de US$ 143 da ONU, o que exige acomodações com tarifas entre US$ 50 e US$ 70.


“Se olharmos fora do período da COP, há centenas de quartos nessa faixa em Belém. Mas, nas datas do evento, os preços disparam, tornando a participação inviável”, alertou Corrêa.

Disponibilização de tarifas fixas

Como resposta imediata, o governo brasileiro disponibilizou 2.500 quartos com tarifas fixas entre US$ 100 e US$ 600, divididos da seguinte forma:

  • Delegações de 73 países classificados como LDCs e PEIDs têm acesso garantido a 15 quartos com preços entre US$ 100 e US$ 200;
  • As demais nações têm direito a 10 quartos por delegação, com tarifas entre US$ 220 e US$ 600.

As medidas estão sendo coordenadas pela Casa Civil e pela Secretaria Extraordinária da COP30, com apoio da ONU. Segundo Corrêa, a organização estamos fazendo um “esforço enorme” para garantir ampla participação.

“O Brasil quer uma conferência inclusiva, como deseja o presidente Lula. Isso significa abrir espaço também para observadores, sociedade civil, setor privado e comunidade científica, todos fundamentais para o sucesso do evento”, destacou o embaixador.

Preço afetado por hotéis

Corrêa também alertou para o impacto dos preços altos de hotéis sobre outras formas de hospedagem, como aluguéis por temporada.

“Os valores cobrados por hotéis influenciam o mercado como um todo, dificultando o acesso a opções mais econômicas”, disse. Segundo Corrêa, Belém possui estrutura habitacional suficiente, mas a especulação dificulta o uso racional dessa oferta.

O diplomata reforçou a importância de garantir a presença de representantes dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas.

“A ausência desses participantes afetaria a legitimidade da conferência. Trata-se de uma questão de justiça climática e credibilidade internacional”, explica.

O setor privado também foi mencionado como peça-chave.

“A agenda da COP precisa das empresas, da academia e da sociedade civil. São eles que transformam as decisões em ação. Por isso, é essencial que estejam presentes em Belém”, continua.

Por fim, Corrêa reiterou que o governo segue negociando com a rede hoteleira e plataformas de hospedagem para ampliar a oferta de quartos com preços justos.

“Já garantimos acomodações com os menores valores possíveis. Fora desses acordos, os preços seguem altos. As queixas são muitas, mas continuamos trabalhando para assegurar uma conferência acessível, representativa e bem-sucedida. E ela acontecerá em Belém”, concluiu.

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