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Abin diz que governo usou programa para espionar celulares da população de 2018 a 2021

Segundo o órgão, programa deixou de ser utilizado em maio de 2021; diretor da Abin no governo de Bolsonaro nega irregularidades

Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília

Sede da Agência Brasileira de Inteligência, em Brasília
Sede da Agência Brasileira de Inteligência, em Brasília

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou nesta terça-feira (14) que o governo federal manteve um programa secreto entre 2018 e 2021 com o objetivo de monitorar os celulares da população do país.

Segundo o órgão, o contrato do programa teve início em 26 de dezembro de 2018 e foi encerrado em 8 de maio de 2021. De acordo com a Abin, a ferramenta não está mais em uso desde então.

"Atualmente, a Agência está em processo de aperfeiçoamento e revisão de seus normativos internos, em consonância com o interesse público e o compromisso com o Estado Democrático de Direito", afirmou a agência.

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor da Abin no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também confirmou a existência do programa, mas negou qualquer tipo de irregularidade relacionada à ferramenta.

"Essa ferramenta foi adquirida em 2018, antes do governo Bolsonaro e de minha gestão. Em 2019, ao assumir o órgão, procedemos verificação formal do amparo legal de todos os contratos. Para essa ferramenta, instauramos ainda correição específica para afirmar a regular utilização dentro da legalidade pelos seus administradores, cumprindo transparência e austeridade", afirmou o parlamentar.

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