Ação do governo do DF provoca tensão em acampamento indígena
Intervenção na Esplanada dos Ministério, segundo o GDF, era para afastar vendedores ambulantes
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Uma ação do Governo do Distrito Federal nesta quarta-feira (25) no acampamento Luta Pela Vida, dos povos indígenas, provocou medo e desencontro de informações. O trabalho do GDF visava reprimir a circulação de vendedores ambulantes, mas alguns integrantes do movimento se assustaram com a presença dos funcionários do Executivo e alertaram indígenas que protestavam em frente ao STF.
Alguns dos presentes entenderam que a ação era da Polícia Militar e houve quem temesse até que ateassem fogo às barracas. Parte dos indígenas que acompanham o julgamento marco temporal no STF chegaram a se desmobilizar para ajudar os que permaneceram no local. Em pouco tempo, a informação correta foi difundida.
Entenda
O acampamento Luta Pela Vida reúne cerca de 6 mil indígenas de todo o País. Ele foi montado há 4 dias e espalhou dezenas de barracas pelo gramado nas imediações do Congresso Nacional. As manifestações devem durar até 28 de agosto, segundo organizadores. A pauta de reinvindicações está voltada para o julgamento do STF da ação de reintegração de posse movida pelo governo de Santa Catarina contra o povo Xokleng, e onde também vivem representantes do Guarani e Kaiagang.
É nesta ação que o governo julgará se é válida ou não o chamado marco temporal. Segundo essa tese, só podem ser demarcadas terras que estavam em posse dos indígenas ou em conflito pela posse antes de 5 de outubro de 1988.