Alckmin afirma que ‘mau gosto de Milei é assunto dele’, mas não afeta relação entre os países
Recentemente, presidente argentino criticou o brasileiro e não compareceu à reunião da cúpula do Mercosul
Brasília|Edis Henrique Peres e Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta terça-feira (9) que as desavenças políticas entre Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva não afetam as relações comerciais entre a Argentina e o Brasil. Na avaliação de Alckmin, “o mau gosto” do presidente argentino “é assunto dele”.
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“Não afeta. São relações de Estado. O mau gosto de Milei é assunto dele. Nós temos que fortalecer as relações de Estado”, afirmou Alckmin após o Transformar Juntos 2024, evento promovido pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em Brasília.
Milei não participou da reunião de cúpula do Mercosul, realizada em Assunção, capital de Paraguai, na segunda-feira (8). Segundo o Itamaraty, é a primeira vez que um chefe de Estado não comparece ao evento do bloco econômico. Em seu lugar, enviou a ministra de Relações Exteriores, Diana Mondino.
Na cerimônia, Lula alfinetou Milei ao condenar “experiências ultraliberais” na América Latina. “Democracia e desenvolvimento andam lado a lado. Os bons economistas sabem que o livre mercado não é uma panaceia para a humanidade. No mundo globalizado, não faz sentido recorrer ao nacionalismo arcaico e isolacionista. Tão pouco há justificativa para resgatar as experiências ultraliberais que apenas agravaram as desigualdades em nossa região”, disse o brasileiro.
Na reunião, os países do Mercosul formalizaram a entrada da Bolívia no bloco econômico. Agora, o país presidido por Luis Arce terá um prazo de quatro anos para concluir o processo de adesão e adotar as normas. Com a medida, o Mercosul passa a ter 300 milhões de habitantes, uma extensão territorial de 13,9 milhões de km² e um PIB (Produto Interno Bruto) total de US$ 3,5 trilhões.
Alckmin assumiu a Presidência da República em função da viagem de Lula ao Mercosul e à Bolívia. Nesta terça, o petista vai se encontrar com o presidente Luis Arce para tratar do futuro do país andino após a tentativa de golpe liderada por militares. Além disso, está prevista uma cerimônia de assinatura de atos, declaração à imprensa e encontros com movimentos sociais e empresários.
Política monetária
Alckmin também comentou nesta terça sobre a política monetária e avaliou o mercado como “estressado”.
“Primeiro, destacar que tem três fatores que devemos observar: Risco-Brasil, inflação e taxa de desemprego. Os três caíram. O que cresceu? Emprego, renda e PIB. Se a gente olhar o tripé macroeconômico, o câmbio é flutuante, do mesmo jeito que subiu, reduz, tem oscilações, e acredito que vai cair mais, pelo menos a tendência é que caia mais. É que o mercado é estressado, não tem nenhuma razão para ter ido ao patamar que foi. A tendência é que caia”, destacou.