Governo anuncia R$ 138 milhões para dragagem de rios e auxílio de R$ 800 para desabrigados no Norte
O vice-presidente Geraldo Alckmin esteve em regiões afetadas, com seis ministros; seca severa atinge Amazonas, Rondônia e Acre
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou nesta quarta-feira (4) que o governo federal vai destinar R$ 138 milhões para obras de dragagem nos rios Solimões e Madeira, no Norte do país, para desobstruir o fluxo das águas e retomar a navegabilidade dos leitos. O Executivo também vai pagar auxílio-abrigamento, de R$ 800 por pessoa, aos 200 moradores com casas destruídas em Beruri (AM) depois de um deslizamento. Os estados da região enfrentam situação de estiagem, que atinge 58 municípios do Amazonas, além de Rondônia e Acre.
Alckmin esteve nos locais afetados acompanhado de uma comitiva de seis ministros. Os repasses foram anunciados após as visitas. "Diante dos eventos climáticos que se mostram cada vez mais presentes, o presidente Lula destaca o desenvolvimento social, econômico e ambiental como uma de suas metas. Precisamos agir ativamente para evitar o aquecimento global e reduzir os danos daqueles que foram afetados por ele", declarou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se recupera de uma cirurgia no quadril direito no Palácio da Alvorada. A previsão é que o petista permaneça despachando da residência oficial por, pelo menos, três semanas.
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Acompanharam Alckmin os ministros André de Paula (Pesca e Aquicultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática).
Auxílios
Os empreendimentos no rio Solimões terão extensão de 8 km, entre os municípios amazonenses de Benjamin Constant e Tabatinga. O trecho no Madeira será de 12 km, perto da foz do rio Amazonas, em Tabocal.
De acordo com o vice-presidente, o governo federal também vai destinar recursos para abastecer os municípios com água, comida e combustível. Os repasses serão feitos às prefeituras, de acordo com os planos de trabalho apresentados pelos gestores locais.
Além do auxílio-abrigamento, o Executivo vai pagar R$ 850 a pequenos agricultores, extrativistas e pescadores com renda de até 1,5 salário mínimo que tiveram perda na produção. Alckmin anunciou também que o governo trabalha para antecipar o pagamento do seguro-defeso.
"Uma boa parte da população vive da pesca, então os ministros André [Pesca] e Marina [Meio Ambiente] vão trabalhar para antecipar o seguro-defeso, que começaria em 15 de novembro. Vamos trabalhar para antecipar em dois meses, e, com isso, a gente ajuda os pescadores", disse o vice-presidente.
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O anúncio de Alckmin inclui, ainda, o destacamento de 191 brigadistas para a contenção de incêndios florestais e urbanos e de veterinários voluntários para o resgate de animais afetados pela estiagem.
Em uma semana, foi registrada a morte de mais de cem mamíferos aquáticos em Tefé, no Amazonas. Entre as espécies estão o boto-vermelho e o tucuxi, que viviam no lago.
A população afetada também vai ter acesso à antecipação de benefícios sociais e a cestas básicas e kits de saúde, que serão distribuídos pelas autoridades.
Enquanto o Sul enfrenta enchentes, estados do Norte sofrem com a estiagem. No Amazonas, Manaus decretou, no último dia 28, situação de emergência em razão da seca do rio Negro, que está em 16,11 metros, o nível mais baixo para o período. Já são 17 municípios amazonenses em alerta por causa da estiagem.
A seca intensa e prolongada tem relação com o El Niño. Durante esse fenômeno climático, chove com intensidade e frequência no meio do oceano Pacífico. Com as chuvas, o ar quente e seco continua a circular, porém desce no norte da América do Sul, o que dificulta a formação de nuvens carregadas e de chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.