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R7 Brasília

Anielle Franco pede escolta da Polícia Federal após receber ameaças por usar avião da FAB

Os textos dos ataques incluem xingamentos, ameaças à vida, tentativas de intimidação e prática de racismo, disse o ministério

Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília, com informações da Agência Estado


Anielle Franco pede proteção policial após ameaças
Anielle Franco pede proteção policial após ameaças

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, acionou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para pedir escolta da Polícia Federal por causa de ameaças recebidas nas redes sociais e no email institucional desde a viagem que ela fez em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), de Brasília para São Paulo. Ela foi à capital paulista assinar ato contra o racismo no esporte na final da Copa do Brasil. O pedido foi encaminhado à corporação.

Segundo o Ministério da Igualdade Racial, a maioria das ameaças foi feita entre os dias 26 e 28 deste mês. "Os textos dos ataques envolvem xingamentos, ameaças à vida, tentativas de intimidação, prática de racismo e foram reunidos em formato de dossiê contendo os perfis, dias e horas dos envios e postagens para que municiem a investigação e posterior responsabilização dos autores", disse o órgão, em nota.

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"É muito doloroso receber ameaças de morte e violência por ser uma mulher na política e perceber que, desde a minha irmã [Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro], nada mudou. Essa investigação é importante para que possamos seguir com o nosso trabalho e a construção das políticas públicas para o povo brasileiro. É para isso que eu trabalho todos os dias", disse a ministra, em nota.

Os ataques violentos começaram no último domingo (24), depois que a ministra viajou de Brasília para São Paulo em um avião da FAB para assinar um protocolo, que tem por objetivo combater o racismo no esporte, com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Ela estava acompanhada de assessoras.


O episódio provocou críticas nas redes sociais de parlamentares da oposição e bolsonaristas, que acusaram a ministra de ter usado a aeronave para ver o último jogo da Copa do Brasil, entre o São Paulo e o Flamengo, no estádio do Morumbi. Anielle é flamenguista.

Também estiveram presentes na ação do governo os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania) e André Fufuca (Esporte) — que também usou o avião da FAB para ir ao evento — e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. O uso de avião da FAB é regulamentado por um decreto presidencial e prevê uma ordem de prioridade: primeiro, em casos de emergência médica; segundo, quando há razões de segurança; por fim, viagens a serviço.


Em nota, após a repercussão do caso, a assessoria do Ministério da Igualdade Racial afirmou que "final da Copa do Brasil foi escolhida para a realização da ação de divulgação pelo alto número de pessoas presentes no estádio e pela grande audiência, típica de uma final de campeonato, independentemente de quais clubes a disputassem". "O voo da FAB foi utilizado para uma missão institucional, como é praxe em deslocamentos para ações ministeriais e de governo, e como uma medida de economia de gastos públicos para locomover as equipes."

Assessora exonerada

Na última terça-feira (26), Marcelle Decothé da Silva foi dispensada do cargo de assessora especial de Assuntos Estratégicos do ministério. A exoneração ocorreu após a divulgação de postagens da ex-servidora nas quais ela debochava da torcida do São Paulo Futebol Clube e dos paulistas.

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"Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade... pior de tudo pauliste", escreveu a assessora nas redes sociais, usando adjetivos em linguagem neutra. Marcelle estava com a ministra no avião da FAB e também assistiu ao jogo.

Além dela, outras funcionárias do ministério apareceram em publicações que debocham da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As declarações repercutiram negativamente, e a ministra telefonou para os presidentes do São Paulo e da torcida Independente para pedir desculpas.

Em nota, a pasta disse que "as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do ministério" e que a dispensa de Marcelle foi para "evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional".

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