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Anistia: sob pressão, relator mantém plano de apenas encurtar tempo de prisão

Paulinho da Força tem encontro com familiares de presos pelos atos extremistas do 8 de Janeiro nesta quarta-feira (1°)

Brasília|Rute Moraes, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Paulinho da Força propõe modificar penas, sem incluir uma anistia geral.
  • Ele se reunirá com familiares de presos e tenta diálogo com diferentes bancadas.
  • A oposição, liderada pelo PL, pressiona por um perdão geral e rejeita a proposta de redução de penas.
  • Pesquisas mostram que a maioria dos familiares defende uma anistia ampla e rejeita a dosimetria das penas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Brasília (DF), 23/09/2025 Deputados Paulinho da Força.  Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Paulinho da Força é o relator do projeto Lula Marques/Agência Brasil - 23.9.2025

O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto de lei da anistia aos envolvidos nos atos extremistas do 8 de Janeiro, mantém a ideia de tratar somente da dosimetria das penas em seu parecer final, e não de um perdão geral, como deseja a oposição aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Continuo defendendo essa minha tese de apresentar um relatório nessas condições e espero que convença no futuro o nosso PL”, disse Paulinho na terça-feira (30) após reunião com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.


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A ideia de Paulinho continua sendo apresentar um relatório que modifique o tempo de prisão de alguns dos crimes pelos quais os envolvidos nos atos foram condenados.

Os presos do 8 de Janeiro receberam penas que variam de três anos a 17 anos e seis meses de prisão por crimes como:


  • Golpe de Estado;
  • Tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito;
  • Organização criminosa armada;
  • Dano contra o patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

No entanto, até o momento, Paulinho não informou quais seriam os crimes que teriam as penas modificadas. O deputado explicou que deve apresentar um parecer assim que os diálogos com lideranças e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), terminarem.

Conforme mostrou o R7, o texto só será votado depois de um acordo com o Senado para que o projeto não seja rejeitado pelos senadores, assim como ocorreu com a PEC das Prerrogativas.


O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente Bolsonaro, considera que Alcolumbre não vai barrar a proposta se aprovada na Câmara.

“Há uma promessa do presidente Davi Alcolumbre conosco da oposição, que demos apoio a eleição dele para Presidência, que pautaria essa matéria. Tenho certeza de que ele tem palavra”, explicou Flávio após encontro com o relator na noite de terça.


Pressão do PL

O PL pressiona o relator a conceder um perdão geral e diz que a sugestão de reduzir penas não é suficiente. O partido deve apresentar um destaque ao texto caso o relator não inclua no parecer dele a previsão de anistia.

Após a reunião com Paulinho nessa terça, Flávio disse que o relator tentou convencê-lo sobre a ideia de reduzir o tempo de pena dos presos, mas não conseguiu.

“A gente tem esse entendimento de que a única coisa que pode pacificar o país e fazer justiça é uma anistia que atenda todo mundo, porque essas pessoas estão respondendo por crimes que elas não cometeram”, destacou o senador.

“A gente vai entender quando você [Paulinho] apresentar o seu relatório, mas a gente vai usar os recursos regimentais que nós temos, fazer as emendas que a gente acha que possam trazer um texto que nos atenda, porque a dosimetria não nos atende”, acrescentou Flávio.

Relator terá reunião com parentes de presos

Nesta quarta-feira (1°), Paulinho vai se encontrar com familiares de presos do 8 de Janeiro. Além disso, terá reuniões com as bancadas do Novo e do PDT.

Ele tenta ainda um encontro com a bancada do PSOL e com o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu (PT). O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é contra a anistia e a redução das penas.

“Tenho uma relação com o Zé desde 1980, quando eu fui do PT. Sempre fui amigo dele, companheiro dele. E queria ouvir um pouco sobre essa questão. Acho que ele é uma pessoa importante do Brasil hoje”, explicou.

A maioria dos familiares dos presos voltou a defender uma anistia “ampla, geral e irrestrita” e se mostrou contra qualquer proposta para redução do tempo de prisão.

A Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro, que representa cerca de 600 famílias, fez uma pesquisa com associados e familiares, e 81% dos ouvidos rejeitaram qualquer proposta de dosimetria, enquanto 97% apoiaram a proposta de anistia ampla, geral e irrestrita.

“Essas pessoas não querem uma simples redução de penas; querem justiça plena”, destacou a associação. “Reduzir penas ou oferecer concessões parciais não é justiça. Justiça verdadeira significa reconhecer que houve abusos, ilegalidades e condenações injustas.”

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