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ANP mantém leilão de petróleo na Amazônia apesar de ações judiciais e pressão ambiental

Ciclo de oferta segue previsto mesmo após ações públicas e do MPF; organização alerta para riscos à biodiversidade

Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

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Oferta de áreas de exploração da ANP conta com 47 blocos na Foz do Amazonas Tânia Rêgo/Agência Brasil - Arquivo

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) manteve, para esta terça-feira (17), o leilão de áreas de petróleo que alcançam a região amazônica.

A continuidade da 5ª Oferta Permanente de Concessão prossegue mesmo diante de pedidos judiciais contrários à exploração de parte dos blocos disponíveis.


Ao todo, serão leiloados 172 blocos para futura exploração de petróleo. No entanto, o processo tornou-se alvo de ações judiciais por incluir áreas consideradas ambientalmente sensíveis, entre elas 47 blocos localizados na Foz do Amazonas.

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Uma das ações foi movida pelo MPF (Ministério Público Federal), que solicita a suspensão do leilão especificamente para os blocos da Foz do Amazonas.


A ação também questiona a ausência de estudos prévios — como avaliação de impacto climático, estudos ambientais e análises sobre os efeitos nas comunidades tradicionais da região.

O MPF argumenta haver um “grave contrassenso” em promover a exploração de petróleo na Amazônia diante da emergência climática e dos compromissos ambientais assumidos pelo Brasil.


Outras cinco ações civis públicas também foram ajuizadas contra o leilão.

Entre elas estão ações movidas pela organização Arayara, que alerta para os riscos à biodiversidade costeira e às terras indígenas. A entidade também solicita a exclusão de pelo menos 117 dos 172 blocos da oferta atual.


A Arayara afirma que a continuidade do leilão pode gerar disputas judiciais futuras.

“A realização do certame, sem respeitar pareceres técnicos, compromete os compromissos climáticos do Brasil e coloca em xeque sua credibilidade internacional. A ausência de consulta às comunidades e o avanço sobre áreas sensíveis abrem caminho para judicializações e protestos globais”, diz trecho de nota divulgada pela organização.

ANP mantém oferta

Por meio de nota, a ANP confirmou que a oferta está mantida para esta terça-feira (17).

A agência defende que o processo atendeu aos requisitos legais e destaca que a concessão dos blocos não autoriza automaticamente a exploração, sendo necessária a obtenção de licenças ambientais específicas.

“Todas as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural no Brasil exigem licença do órgão ambiental competente. No caso de áreas em terra, a competência é do órgão estadual; em mar, do Ibama”, afirma a nota. “Caso as empresas arrematem blocos em qualquer bacia, deverão obter autorização ambiental para iniciar as atividades.”

A ANP também sustenta que consultou ministérios responsáveis pelas áreas ambiental e energética, e que o 5º Ciclo de Oferta Permanente cumpre os requisitos legais e constitucionais.

A agência afirma ainda que o processo busca atender aos objetivos de segurança energética, desenvolvimento tecnológico e responsabilidade socioambiental do país.

Petróleo na Foz do Amazonas

A região da Foz do Amazonas tornou-se foco de polêmica desde que a Petrobras solicitou ao Ibama uma licença para realizar pesquisas na Margem Equatorial.

A estatal ainda aguarda a análise do pedido, em meio à crescente pressão política sobre o Ibama. Parlamentares do Amapá e do Amazonas defendem a liberação, destacando o potencial de desenvolvimento econômico da exploração.

Do outro lado, ambientalistas alertam para os riscos ambientais, como vazamentos de óleo e impactos sobre a pesca e o modo de vida das comunidades locais.

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