O novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, garantiu nesta segunda-feira (10) que terá como compromisso à frente da pasta reduzir as filas de espera por atendimento especializado no SUS (Sistema Único de Saúde). Até a cerimônia de posse nesta segunda, Padilha estava à frente da Secretaria de Relações Institucionais desde o início deste mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi escolhido pelo presidente para assumir o lugar de Nísia Trindade no Ministério da Saúde, demitida pelo petista em 25 de fevereiro.“Chego com uma obsessão: reduzir o tempo de espera para quem precisa de atendimento especializado no nosso país. Todos os dias vou trabalhar para buscar o maior acesso e o menor tempo de espera. Não há solução mágica para um gargalo que ultrapassa décadas e se agravou com a pandemia [de Covid]”, afirmou Padilha.Para conseguir alcançar o objetivo, Padilha investirá no programa Mais Acesso a Especialistas, lançado em abril do ano passado e elaborado pela gestão de Nísia. A medida foca em especialidades que, historicamente, têm pouca oferta no sistema de saúde, como oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. O objetivo é diminuir a burocracia e reduzir o tempo de diagnósticos e tratamentos.A iniciativa foi organizada pelo governo federal, responsável pelos recursos, mas a implementação fica a cargo dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O Ministério da Saúde calcula que 8,8 milhões de pessoas podem ser beneficiadas. O encaminhamento dos pacientes é feito pelas equipes de Atenção Primária.Com o programa, os serviços especializados são demandados nas unidades de saúde por meio das Ofertas de Cuidados Integrados (OCIs). As secretarias de Saúde são responsáveis por garantir que as consultas necessárias e os exames de cada paciente sejam feitos entre 30 e 60 dias, a depender da situação.Para este ano, o Executivo vai investir R$ 2,4 bilhões em especialistas de oncologia, cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia e ortopedia. Até o ano que vem, a meta do governo federal é oferecer 1 milhão de cirurgias anualmente, com R$ 1,2 bilhão.Segundo o Executivo, todas as 27 unidades federativas e 97,9% dos municípios adeririam ao Mais Acesso a Especialistas.Ao entregar o cargo para Padilha, a ex-ministra Nísia Trindade afirmou que foi vítima de uma “campanha sistemática e misógina de desvalorização” enquanto esteve à frente da pasta federal. “Não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade. Não é possível e acho que não devemos aceitar como natural comportamento político dessa natureza. Podemos e devemos construir uma nova política, baseada efetivamente no respeito, e destaco o respeito a nós, mulheres, e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida de nossa população”, declarou.