Apesar de ordem de Motta, oposição resiste a desocupar plenário e procura Lira
Grupo continua ocupando a mesa diretora da Casa; protesto é em defesa do ex-presidente Bolsonaro e pelo impeachment de Moraes
RESUMO DA NOTÍCIA
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Mesmo com a determinação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que desocupem o plenário da Casa e permitam que uma sessão deliberativa ocorra ainda nesta quarta-feira (6), a oposição continua no local.
Deputados federais permanecem sentados na mesa diretora da Casa, alegando que não deixarão o local até que Motta abra diálogo para pautar, entre outras coisas, o projeto que anistia, de forma irrestrita, os presos do 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após reunião de líderes nesta tarde, Motta destacou que aqueles que não desocuparem a mesa estarão sujeitos a suspensão do mandato por seis meses, o que não assustou a oposição.
Ainda nesta noite, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, o segundo-vice-presidente da Câmara, deputado Elmar Nascimento (União-BA), e os líderes Luizinho (PP-RJ) e Antonio Britto (PSD-BA) se reuniram no gabinete do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).
Segundo o líder do PL na Câmara, Altineu Cortês (RJ), a procura foi porque Lira é “uma voz a ser ouvida”. Em seguida, o grupo partiu para a sala de Motta.
Durante a ocupação do plenário, a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) chegou a sentar-se na cadeira do presidente com sua filha no colo. O PT disse que acionou o Conselho Tutelar contra a parlamentar.
O PL ainda estaria orientando os deputados a não saírem da mesa, impedindo, até mesmo, que os equipamentos fossem ligados.
No Senado, a ocupação também ocorre.
Os alvos da pressão são os presidentes das Casas, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e o senador Davi Alcolumbre (União-AP).
Em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os oposicionistas utilizaram esparadrapos na boca e ocuparam as mesas diretoras. Desde a madrugada até a publicação desta reportagem, os plenários seguem ocupados.
O grupo busca pressionar os presidentes das duas Casas legislativas para incluir, na pauta, a votação da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro — incluindo Bolsonaro —, o pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes e o fim do foro privilegiado para autoridades.
Repetidas violações
Ao determinar a detenção de Jair Bolsonaro em regime domiciliar, o ministro Alexandre de Moraes apontou repetidas violações às medidas impostas anteriormente pelo Supremo Tribunal Federal. A decisão destaca conduta “deliberada e consciente” do ex-presidente para atrapalhar investigações, coagir autoridades e desrespeitar decisões judiciais.
Entre as restrições impostas, estão a proibição total de visitas — excetuando-se advogados constituídos e familiares próximos —, veto ao uso de celulares, gravações e qualquer forma de contato com embaixadores ou outros investigados.
Moraes também advertiu que novas violações resultarão na decretação imediata da prisão preventiva, conforme previsto no Código de Processo Penal.
O processo em curso, PET 14129, apura possíveis crimes como coação no andamento de investigações, tentativa de obstrução de apurações sobre organização criminosa e ações para abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.
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