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R7 Brasília

Após acordo com UE, Mercosul quer tratado com países europeus de fora do bloco

Sul-americanos mantêm diálogo com EFTA desde 2000; grupo é composto por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Tratado foi concluído durante cúpula no Uruguai Ricardo Stuckert / PR - 06.12.2024

Com a finalização do acordo com a União Europeia, o Mercosul trabalha para concluir as negociações comerciais com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA, na sigla em inglês), da qual fazem parte Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — países que não integram a União Europeia. A parceria UE-Mercosul foi finalizada nesta sexta-feira (6) na 65ª Cúpula dos Chefes de Estados do Mercosul e Estados Associados, em Montevidéu, no Uruguai, depois de mais de 20 anos de discussões.

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Em comunicado conjunto após o encontro, os presidentes dos cinco países do bloco sul-americano destacaram a intenção de concluir as negociações com a EFTA no próximo ano. Eles “reafirmaram a vontade de concluir, na brevidade possível, as negociações comerciais com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) e destacaram como prioritário finalizar as negociações com esse bloco, se possível, no primeiro semestre de 2025.″

O diálogo entre o Mercosul e a EFTA começou em dezembro de 2000, com a criação de um comitê conjunto. Os debates, no entanto, ficaram parados entre 2004 e 2011. Quando foram retomadas, as conversas focaram a cobertura, o alcance e as abordagens do acordo. Nenhum país do Mercosul está na lista dos 40 maiores parceiros econômicos da EFTA — o objetivo da parceria é, justamente, ampliar o fluxo cambial entre as partes.

Os números mais recentes, de 2022, mostram que o bloco europeu ficou em 11º no ranking global de comércio de mercadorias, com US$ 1,13 trilhão — 2,7% do total. Juntos, os países do grupo exportaram US$ 659 bilhões e importaram US$ 472 bilhões. A EFTA é o terceiro maior parceiro comercial da União Europeia, com fluxo de € 574,2 bilhões, atrás de Estados Unidos e China.


Acordo Mercosul-União Europeia

O tratado propõe zerar as tarifas para 91% dos produtos exportados pelo Mercosul para a União Europeia e para 95% das exportações do bloco europeu para os sul-americanos. As mudanças seriam feitas ao longo de um período de transição, de 10 a 15 anos, a depender do setor. Também estão previstas a redução de tarifas alfandegárias e o aumento de exportações, especialmente no setor agrícola, no qual o Mercosul tem vantagens competitivas.

A expectativa é que a parceria gere crescimento econômico, investimentos e ampliação de mercado para os países envolvidos, com destaque para o Brasil. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o acordo pode impulsionar o PIB brasileiro em 0,46% até 2040 — equivalente a US$ 9,3 bilhões. Além disso, traria ganhos em investimentos, com aumento de 1,49% no Brasil, superior aos lucros esperados para a União Europeia (0,12%) e outros países do Mercosul (0,41%).

A conclusão dos debates encerra um processo de negociação que durou cerca de 25 anos. Agora, o acordo entra na fase da assinatura e, segundo o governo brasileiro, o procedimento está avançado, mas não há prazo definido. A parceria vai formar uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, com quase 720 milhões de pessoas, 20% da economia global e 31% das exportações mundiais de bens.

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