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Após defender exploração de petróleo, Lula abre sessão sobre transição energética nesta sexta

Presidente lidera sessões sobre transição energética e clima em Belém, mas enfrenta críticas por liberar estudo na Amazônia

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, enviada especial a Belém

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Presidente Lula abrirá sessão sobre transição energética em Belém nesta sexta-feira.
  • A agenda inclui debates sobre transição energética e Acordo de Paris antes da COP30.
  • Contradição entre o discurso ambiental e a defesa da exploração de petróleo na Amazônia gerou críticas.
  • Exploração de petróleo na Margem Equatorial pode trazer riscos ambientais, mas também promessas de emprego e lucros econômicos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Lula abriu cúpula de líderes nessa quinta Bruno Peres/Agência Brasil - 06.11.2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abre nesta sexta-feira (7) o segundo e último dia da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém (PA). O encontro antecede a conferência oficial sobre mudanças climáticas, que começa na próxima segunda (10) e se estende até 21 de novembro.

Pela manhã, a agenda prevê a continuidade da plenária geral iniciada na quinta (6).


À tarde, estão marcadas as segunda e terceira sessões temáticas, voltadas à transição energética, ao Acordo de Paris, às NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) e ao financiamento climático. Lula fará os discursos inaugurais de todas as sessões.

A primeira fala abordará a transição energética, processo que busca substituir gradualmente combustíveis fósseis, como o petróleo, por fontes renováveis e sustentáveis, como solar, eólica e hídrica. O tema contrasta com as recentes declarações do presidente em defesa da exploração de petróleo na Amazônia.


Agenda oficial desta sexta (7)

  • 8h às 10h – Chegada dos líderes à Zona Azul
  • 10h às 10h30 – Foto de família
  • 10h30 às 18h – Continuação da plenária geral
  • 11h às 13h – Sessão Temática 2 – Transição Energética
  • 16h às 18h10 – Sessão Temática 3 – 10 anos do Acordo de Paris: NDCs e Financiamento

Contradições entre discurso e prática

Durante o discurso de abertura, na quinta-feira, Lula defendeu uma aceleração global na transição energética.


“Acelerar a transição energética e proteger a natureza são as duas maneiras mais efetivas de conter o aquecimento global. Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos”, declarou.

Apesar do apelo, a posição contrasta com declarações dadas dois dias antes. Na terça (4), em entrevista a agências internacionais, Lula afirmou não querer ser visto como um “líder ambiental” e defendeu a exploração de petróleo na Amazônia, aprovada pelo Ibama em 20 de outubro.


“Temos autorização para fazer teste, se encontrar petróleo vai ter que ter nova licença. Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem o que tenho que fazer”, afirmou.

A postura do presidente reacendeu críticas de ambientalistas, que apontam contradição entre o discurso de proteção ambiental e a liberação da perfuração às vésperas da conferência climática.

Exploração de petróleo

A discussão sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, faixa marítima que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, divide o governo desde o início de 2023.

De um lado, estão a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia; do outro, o Ibama, ambientalistas e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.

A área de possível extração fica a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas e 175 km da costa, dentro de uma das cinco bacias da região. Segundo a Petrobras, a sonda de perfuração já está posicionada e a pesquisa para confirmar a existência de petróleo pode começar “imediatamente”.

Os críticos alertam para riscos ambientais significativos, enquanto os defensores do projeto apontam potenciais ganhos econômicos. O Ministério de Minas e Energia estima reservas de até 10 bilhões de barris, com possibilidade de gerar 350 mil empregos diretos e indiretos.

A Petrobras, por sua vez, fala em um potencial ainda maior — até 30 bilhões de barris. O governo classifica a região como o possível “novo pré-sal”. Sem a exploração, a estatal estima que o país poderá retornar à dependência de petróleo importado em cerca de 10 anos.

O pedido de licença da Petrobras remonta a 2013, o que mostra que a disputa se arrasta há mais de duas décadas.

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