Famílias afegãs terão acesso a serviços públicos para regularizar situação no Brasil
Renato Araújo/Agência BrasíliaDiante das ameaças do regime do Talibã, no Afeganistão, sete famílias de juízas do país asiático foram selecionadas para serem acolhidas no país e desembarcaram em Brasília nessa quarta-feira (20). O grupo terá acesso a serviços públicos na capital federal.
Ao todo, serão 26 afegãos, que poderão emitir documentos como carteira de identidade e CPF, em unidades do Na Hora, e ter acesso a serviços de saúde. As crianças e jovens podem ser matriculados na rede pública de ensino. Eles ficarão abrigados em um local não divulgado, para não comprometer a segurança do grupo. O alojamento ficará sob os cuidados do Ministério da Defesa.
Eles tiveram o visto humanitário emitido pelo Itamaraty, após a aprovação de uma portaria que regulamentou o processo de refúgio. A ação inaugura a campanha de acolhida "Nós Por Elas" e atende a um apelo da Associação Internacional de Juízas para resgatar cerca de 270 magistradas que atuavam no Afeganistão até a tomada de Cabul pelos extremistas.
Cerca de 130 juízes afegãos ainda continuam na fila para vir ao Brasil. O resgate dessas famílias é liderada pela Associação de Magistrados do Brasil (AMB). Segundo a organização, a seleção ocorreu em função do grau de risco que elas corriam ficando no Afeganistão.
Os religiosos fundamentalistas do Talibã retomaram o controle do país em agosto deste ano, às vésperas do fim da ocupação de 20 anos dos Estados Unidos na região. Apesar das declarações de um governo mais moderado, há casos de repressão a protestos denunciados pela ONU. Corpos de suposstos sequestradores foram erguidos em gindastes.