Associação de pesca cita preocupação com tarifaço dos EUA: ‘Não há alternativa’
Abipesca diz haver risco a mais de 1 milhão de pescadores; já produtores de laranja, item que não terá taxa, citam ‘alívio’
Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
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As regras para taxação de produtos brasileiros aos Estados Unidos, divulgadas nesta quarta-feira (30), mantiveram a cobrança de 50% ao setor de pesca. A manutenção gerou preocupação aos representantes da área, que apontam risco de falência e outros impactos a pescadores.
“O impacto será severo e imediato, com repercussões sociais e econômicas profundas, especialmente em regiões onde a atividade pesqueira é a principal fonte de emprego e renda”, diz trecho de nota divulgada pela Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescado).
O grupo também destacou a dificuldade de escoamento da produção para outros mercados. A previsão é de que as tarifas atinjam mais de 1 milhão de pescadores.
“Mais de um milhão de pescadores profissionais, além de milhares de famílias, serão diretamente afetados. A interrupção do escoamento da produção nacional comprometerá a subsistência de uma ampla rede de trabalhadores e comunidades, provocando consequências drásticas para a segurança econômica do país”, afirma o comunicado. O cenário mais grave, segundo a associação, é no Ceará.
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Outro receio é de que de que negócios entrem em recuperação judicial por causa da dificuldade de lidar com problemas financeiros. Por isso, a Abipesca solicita um auxílio emergencial ao governo federal.
“Não há alternativas viáveis de mercado. O Brasil abriga uma cadeia produtiva de pescados altamente dependente das exportações para os Estados Unidos”, diz a nota. “É necessário que o Governo Brasileiro inclua o setor de pescados nas medidas emergenciais de mitigação”, diz o texto.
Laranja ficou de fora
Enquanto o setor pesqueiro calcula os prejuízos, representantes do setor de laranja se dizem aliviados. O produto faz parte da lista de exceções, divulgada pela Casa Branca nesta quarta-feira.
Metade das vendas de laranjas do Brasil é direcionada aos Estados Unidos e não haverá sobretaxa de 40% — para as laranjas, fica valendo apenas o imposto de 10%, implementado pelos Estados Unidos em abril.
A decisão do governo norte-americano também excluiu aeronaves e componentes aéreos da tarifa adicional. A adequação beneficia diretamente a Embraer, que aposta na continuidade do diálogo par tentar zerar tarifas (anulando os 10% indicados pelos EUA em abril).
“Continuamos acreditando e defendendo firmemente o retorno à regra de tarifa zero para a indústria aeroespacial global. Mais importante ainda, apoiamos o diálogo contínuo entre os governos brasileiro e norte-americano e permanecemos confiantes em um resultado positivo para os dois países”, diz trecho de nota da empresa.
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