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R7 Brasília

Ausência de Milei é ‘bobagem imensa’ e Argentina precisa do Mercosul, diz Lula

Presidente argentino não foi à cúpula de chefes de Estado do bloco; reunião ocorreu nesta segunda no Paraguai

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

'Perde quem não veio', declarou Lula Ricardo Stuckert/Presidência da República - 8.7.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva minimizou a ausência do presidente argentino, Javier Milei, na 64ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, que ocorreu em Assunção, capital do Paraguai, nesta segunda (8). A jornalistas, depois do encontro, Lula declarou que a falta do argentino “não interessa” e que a decisão de Milei de não ir ao evento é uma “bobagem imensa”.

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“É uma bobagem imensa um presidente de um país importante como a Argentina não participar de uma reunião com o Mercosul. É triste para a Argentina. Uma coisa é verdade, nós do Mercosul vamos tentar, estamos trabalhando o fortalecimento do Mercosul com a Argentina, porque acreditamos na importância da Argentina, país extremamente importante para o sucesso do Mercosul. Se o presidente participa ou não, não interessa. O que interessa é que o povo argentino precisa do Mercosul e o Mercosul precisa do povo argentino”, afirmou Lula.

Milei cancelou a ida à cúpula do bloco sul-americano, mas compareceu à CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora), nesse domingo (7), em Balneário Camboriú (SC), onde discursou. Segundo o porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, a desistência de ir à reunião do Mercosul não tem relação com um possível incômodo de Milei com Lula, ideologicamente divergentes.

Sobre a ida do argentino ao encontro conservador, o presidente brasileiro afirmou “não ter interesse”. “É o tipo de reunião que não me interessa, sinceramente. Acho que no final das contas o presidente [Milei] perdeu tempo fazendo uma coisa tão desagradável, antissocial, antipovo e antidemocrático. Não sei o que as pessoas ganham participando disso”, criticou.


Cenário internacional

Questionado sobre a situação do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Lula afirmou “que é muito difícil um cidadão de outro país dar palpites”. “Somente o Biden tem direito de tomar posição sobre ele. Somente o Biden se conhece perfeitamente bem, somente ele sabe o que tem e o que não tem, se pode ou se não pode. Portanto, ele que vai tomar a decisão. Eu digo, se eu fosse eleitor americano, votaria no Biden, mas eu não sou, sou brasileiro, ainda vou continuar votando em mim”, completou.

Biden afirmou na última sexta-feira (5) que só desiste da eleição “se Deus mandar”. O americano, que tem 81 anos, tem sido criticado nos últimos dias por conta do desempenho em um debate contra o opositor Donald Trump, no fim de junho.


O presidente brasileiro também comentou as recentes eleições na França e no Reino Unido. “Estou muito feliz com a vitória do Labour Party [Partido Trabalhista] na Inglaterra. Acho que nem eles esperavam tanta força no processo eleitoral. É um avanço importante”, declarou. Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, foi eleito novo primeiro-ministro do Reino Unido na última quinta-feira (4). A legenda obteve a maioria dos votos e retornou ao poder depois de 14 anos de governo do Partido Conservador.

Lula afirmou, ainda, estar “feliz” com o resultado das eleições na França. A coalizão de esquerda e centro-esquerda obteve a maioria dos votos no segundo turno nesse domingo (7) e deixou o partido de direita liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella em terceiro lugar, atrás do grupo de centro comandado pelo presidente Emmanuel Macron, que ficou em segundo.


“Quando parecia que tudo estava confuso e dando errado, eis que o povo se manifesta e vai para rua, dizendo ‘queremos que setores democráticos continuem governando a França, não queremos fascismo nem nazismo. Estou muito feliz. O que acontece na França é sempre muito importante porque todos nós somos filhos da Revolução Francesa”, declarou, ao destacar que espera que os políticos franceses entrem em acordo para “montar um governo que possa atender aos interesses do povo francês”.

Mais cedo, em discurso durante a cúpula, Lula voltou a repudiar a tentativa de golpe na Bolívia e alfinetou o argentino Javier Milei, ausente no evento, ao condenar “experiências ultraliberais” na América Latina. O chefe do Executivo brasileiro falou também de temas como meio ambiente, inserção econômica e acordos comerciais.

Encontro do Mercosul

A cúpula entre os países do bloco sul-americanos formalizou a entrada da Bolívia no Mercosul. O ato ocorreu depois de uma tentativa de golpe de Estado no país, liderada por militares. Recentemente, o presidente boliviano, Luis Arce, promulgou a lei que confirma a Bolívia como membro-pleno do Mercosul.

Confirmado o ingresso, o bloco passará a ter 300 milhões de habitantes, extensão territorial de 13,8 milhões de km² e PIB (Produto Interno Bruto) total de US$ 3,5 trilhões. A partir da ratificação, a Bolívia ainda terá quatro anos para concluir o processo de adesão e adotar as normas do bloco.

“Com a integração da Bolívia, nós estamos efetivamente nos aproximando de realizar o sonho da integração entre Atlântico e Pacífico. Vai ser apresentado aos ministros de Planejamento de todos os países. Vamos ter uma boa quantia de dinheiro para poder cumprir esse sonho da nossa integração física”, afirmou Lula sobre o tema.

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