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R7 Brasília

Auxílio emergencial teve R$ 808,9 milhões pagos de forma irregular

CGU identificou que 1,8 milhão de pessoas foram beneficiadas de forma indevida e muitas famílias não receberam todas as parcelas 

Brasília|Priscila Mendes, do R7, em Brasília

CGU conseguiu identificar as pessoas que não receberam todas as parcelas do auxílio emergencial
CGU conseguiu identificar as pessoas que não receberam todas as parcelas do auxílio emergencial

Relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) mostra que o prejuízo com pagamentos irregulares do auxílio emergencial de R$ 300, que vigorou por quatro meses em 2020, pode ter chegado a R$ 809,9 milhões. De acordo com o órgão, 1,8 milhão de pessoas receberam o valor de forma indevida — o número equivale a 3,2% do total de 56,8 milhões dos beneficiários.

Enquanto isso, muitas famílias não receberam todas as parcelas a que tinham direito. Segundo a CGU, o fato pode ter ocorrido depois que o Ministério da Cidadania adotou ações preventivas para suspender, bloquear ou cancelar benefícios com base em indicadivos de irregularidades.

Conforme relatório da órgão, R$ 44,4 milhões do que foi pago de forma indevida foram devolvidos aos cofres públicos. No caso dos R$ 764,5 milhões restantes, ainda é preciso "adoção de providências pelo Ministério da Cidadania". 

A auditoria analisou os dados do período entre abril e agosto de 2020, quando o governo federal pagou o valor de R$ 600 mensais no início da pandemia, e também os quatro meses posteriores, quando o benefício foi prorrogado, também no valor de R$ 600.


Nessa extensão analisada, a Controladoria-Geral identificou que 15,7 mil pessoas com indicativo de morte, 38,2 mil presos em regime fechado, 16,7 mil residentes no exterior, 822 mil trabalhadores com vínculo formal e 240 mil famílias com renda mensal superior ao limite receberam as parcelas de forma indevida. 

Providências

De acordo com advertências da CGU, o Ministério da Cidadania deve verificar as inconsistências cadastrais apontadas pela auditoria, realizar ajustes nas bases de dados dos beneficiários e avaliar a adoção de “medidas para solicitação de devolução” dos recursos e “providências operacionais” para evitar novos pagamentos indevidos.

O R7 entrou em contato com o Ministério da Cidadania para falar sobre o assunto, mas não recebeu resposta até o momento. O espaço permanece aberto para posicionamento da pasta. 

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