Bares e restaurantes querem o horário de verão, mas governo descarta retomada em 2023
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a estratégia só será adotada quando houver sinais de necessidade
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a volta do horário de verão em 2023. Segundo ele, a estratégia só será adotada quando “houver sinais e evidências de necessidade de segurança” no setor elétrico brasileiro. Enquanto isso, o setor de bares e restaurantes pressiona para que os relógios sejam adiantados daqui para a frente.
“No momento não há sinais disso. Estamos com os reservatórios no melhor momento dos últimos dez anos”, explicou Silveira em conversa com jornalistas nesta quarta-feira (27).
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O horário de verão foi criado em 1931 e consistia em adiantar o relógio em uma hora entre os meses de outubro e fevereiro. O principal objetivo era reduzir o consumo de energia elétrica nos horários de pico. A estratégia foi extinta pelo governo federal em 2019, a partir de estudos que apontavam a baixa efetividade da ação.
Em entrevista à Record TV Brasília, o diretor-presidente da Associação Brasileira das Empresas de Energia Elétrica, Alexei Vivan, explicou que o horário de verão serve muito mais para promover o comércio, como bares e restaurantes. "Claro que há sempre uma redução de consumo e uma poupança energética, mas é muito marginal e não é um fator determinante para a concretização do horário de verão", explicou.
Bares e restaurantes
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) enviou uma carta ao governo federal pedindo a volta da estratégia. Segundo o texto, o horário de verão gera um crescimento de 10% a 15% no faturamento de bares e restaurantes.
“A volta do horário de verão proporcionaria mais luz natural durante o dia, o que favorece o consumo dos clientes e sua frequência nos estabelecimentos, além de trazer mais movimentação e segurança para as cidades em geral. Afinal, contribui para a economia energética e reduz custos operacionais nas empresas, mesmo que atualmente não corramos o risco de desabastecimento”, disse Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.
A carta foi enviada na sexta-feira (22) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , ao ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e ao ministro do Turismo, Celso Sabino.