Bolsonaro diz que reajuste para servidores não está garantido
Congresso aprovou quase R$ 2 bilhões para conceder reajuste a policiais federais após pressão do Executivo
Brasília|Isabella Macedo, do R7, e Bia Gurgel, da Record TV
O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (8) que não há garantia de reajuste salarial para nenhuma categoria do serviço público. O presidente defendia reajustes especialmente para a Polícia Federal (PF) e para a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo ele, a reserva orçamentária de cerca de R$ 2 bilhões poderia ser usada para conceder aumento a essas categorias em 2022, ano de eleições.
"Não tá garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que pode usar, poderia ser para PF, PRF e também para o sistema prisional. Mas não está nada garantido no tocante a isso”, disse Bolsonaro na porta da casa do advogado-geral da União, Bruno Bianco, que comemorou aniversário neste sábado.
O presidente já havia dito, no fim do mês passado, que a previsão de R$ 1,736 bilhão no Orçamento da União não cobriria um reajuste salarial para todas as categorias do funcionalismo público. O Congresso aprovou a verba para conceder o reajuste após Bolsonaro pressionar pela concessão do benefício a policiais.
A decisão, no entanto, provocou um efeito cascata e pressão de outras categorias por aumento de remuneração. A prioridade dada pelo presidente gerou insatisfação em funcionários de outras áreas do setor público, o que provocou uma debandada sobretudo dentro da Receita Federal, que alega cortes no orçamento do órgão por parte do governo. "Não tem espaço no Orçamento no momento. Você vê a dificuldade que foi negociar a questão dos precatórios para poder dar o Auxílio Brasil de R$ 400 para quem ganhava em média R$ 190. Mas estamos prontos para conversar. Tudo é possível. Nada é impossível", destacou o presidente neste sábado.
Em entrevista no Palácio da Alvorada em 24 de dezembro, Bolsonaro defendeu a concessão de reajuste a servidores públicos federais e afirmou que o teto de gastos públicos é "mortal" e um problema para o governo federal. "A gente não quer furar teto, fazer nenhuma estripulia, mas não custava nada atendê-los", afirmou o presidente na ocasião.