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Bolsonaro nega que PEC dos Benefícios tenha viés eleitoral

Medida será votada nesta terça-feira (12) na Câmara dos Deputados; presidente evitou cravar data de pagamento do auxílio

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Bolsonaro nega que PEC dos Benefícios, que amplia Auxílio Brasil, tenha viés eleitoral
Bolsonaro nega que PEC dos Benefícios, que amplia Auxílio Brasil, tenha viés eleitoral

O presidente Jair Bolsonaro (PL) evitou cravar, nesta segunda-feira (11), uma data para o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600, afirmando apenas que será o mais rápido possível. Em conversa com a imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília, ele negou que a medida tenha viés eleitoral.

"A previsão é que [a PEC] seja votada amanhã", disse. Questionado sobre a possibilidade de o pagamento de R$ 600 ocorrer ainda neste mês, o presidente respondeu que o objetivo é "o mais rápido possível, a população tem pressa".

O aumento de R$ 400 para R$ 600 da parcela do programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família está dentro de uma PEC (proposta de emenda à Constituição) que deverá ser votada nesta terça-feira (12) na Câmara dos Deputados. A medida, que também cria um voucher para caminhoneiros e taxistas, é chamada de PEC dos Benefícios.

O gasto previsto com o pacote é de R$ 41,2 milhões. A proposta autoriza a expansão de benefícios já existentes, além da criação de despesas, o que preocupa especialistas em contas públicas. O texto ainda institui um estado de emergência para possibilitar a ampliação do pagamento dos programas em ano eleitoral, o que é vedado pela legislação.


A lei eleitoral proíbe a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública em ano eleitoral. Segundo a legislação, tais auxílios só podem ser concedidos em situações de calamidade pública, de estado de emergência ou quando há programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público pode promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa.

"Isso cabe à Justiça", respondeu Bolsonaro quando questionado sobre a interpretação de a PEC infringir a lei eleitoral. "Eu posso apertar o botão de emergência. Na verdade, esse botão está apertado na própria PEC, devido ao momento atípico no mundo todo", completou. O chefe do Executivo argumentou que a medida se faz necessária diante do cenário econômico pós-pandemia de Covid-19 e das consequências da invasão russa da Ucrânia.


Durante a conversa com a imprensa, Bolsonaro, que busca a reeleição e está em segundo lugar nas pesquisas, negou que a medida tenha viés eleitoral. "Vocês batem em mim, grande parte da imprensa, quando tivemos a inflação aumentando, o que é verdade, mas foi no mundo todo, graças à política defendida do ‘fica em casa, economia vê depois’. Daí quando a gente apresenta uma maneira de ajudar os mais necessitados, a PEC é eleitoreira?"

Reportagem do R7 mostrou que o custo do Auxílio Brasil pode ultrapassar R$ 114 bilhões em 2022. A estimativa inicial de gastos com o benefício neste ano é de R$ 88 bilhões. No entanto, mais R$ 26 bilhões devem ser incluídos na conta caso seja aprovado o aumento de R$ 400 para R$ 600.


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Dados obtidos pela reportagem via LAI (Lei de Acesso à Informação) mostram que o governo projeta, sem contar com o possível aumento, R$ 46,6 milhões diretamente para o valor-base do auxílio e outros R$ 41,7 milhões para benefícios extraordinários — além do subsídio básico, há possíveis benefícios complementares, de acordo com o perfil de cada grupo familiar, como a Bolsa de Iniciação Científica e a Inclusão Produtiva Rural.

O auxílio, criado no final de 2021, deve subir para R$ 600. O custo desse extra, que será dado apenas em 2022 e ainda está em discussão no Congresso, é de R$ 26 bilhões. 

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