Bolsonaro sobre revisão do marco temporal: 'quase catastrófica'
STF retoma nesta quarta-feira o julgamento sobre a tese que pode permitir mais demarcações de terras indígenas
Brasília|Maurício Ferro, do R7, em Brasília
No mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento sobre a validade do marco temporal para demarcação de terras indígenas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a dizer que a revisão da tese pela Corte será um duro golpe no agronegócio.
“Será um duro golpe no nosso agronegócio, com repercussões internas quase catastróficas, mas também [repercussões] lá para fora”, disse o presidente ao discursar numa cerimônia sobre avanços do programa de habitação Casa Verde e Amarela, no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (15).
Bolsonaro ainda disse que o preço dos alimentos “no mundo” está em alto. Como consequência de uma eventual revisão do marco temporal, segundo ele, o valor “vai disparar e, mais do que isso, podemos ter o mundo desabastecido. O Brasil tem a sua segurança alimentar, mas muitos países lá fora dependem do Brasil”, disse.
ICMS
Antes de discursar, Bolsonaro sentou-se no palco ao lado do vice-presidente, Hamilton Mourão, como tem sido habitual nos últimos eventos. No entanto, durante a cerimônia, trocou de assento para ficar ao lado do governador de Roraima, Antônio Denarium.
Ao discursar, Bolsonaro informou que Denarium decidiu reduzir o ICMS (Imposto sobre a Comercialização de Mercadorias e Serviços) do gás de cozinha em Roraima, como forme de tentar conter o avanço do preço do item.
O ICMS é uma das principais fontes de receita dos estados e está no centro de disputas entre o presidente da República e a maior parte dos governadores do país. Publicamente, Bolsonaro costuma dar declarações dizendo que cobra a redução do tributo para atenuar os efeitos do aumento de preços.