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Brasil ocupa o 133º lugar em ranking de países com mais mulheres envolvidas com política

País é o último colocado entre os países da América Latina; representatividade aumentou no parlamento brasileiro

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Ranking avalia situação em 180 países
Ranking avalia situação em 180 países Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A terceira edição do levantamento "Estatísticas de Gênero: Indicadores sociais das mulheres no Brasil", divulgado nesta nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o Brasil ocupa o 133º lugar no ranking global que mede a proporção de parlamentares mulheres em exercício em câmaras federais. A lista leva em conta 180 países e mostra que 17% do parlamento brasileiro é ocupado por mulheres.

A pesquisa também traz a relação de mulheres em cargos ministeriais no país. Em 24 de novembro de 2023, dos 38 cargos ministeriais, apenas nove eram ocupados por mulheres. Segundo o IBGE, apesar de a proporção de mulheres à frente de ministérios ter passado de 8,7%, em 2020, para 23,7%, em 2023, "as mulheres seguem sub-representadas nesse importante espaço de liderança no planejamento e execução de políticas públicas em nível nacional".

Em 2023, segundo o indicador, nas câmaras municipais 16,1% das cadeiras de vereadores eram ocupadas por mulheres em 2023. Regionalmente, a presença menos expressiva foi na região Sudeste, com 14,2% de vereadoras. A região em que as mulheres estiveram mais representadas foi o Nordeste, com 16,9%.

Com relação às prefeituras, apenas 12,1% delas em 2020, data da última eleição, eram comandadas por mulheres.


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Legislação

Desde 1995, o Brasil possui legislação que prevê cotas eleitorais, reservando um percentual de candidaturas em eleições proporcionais para as mulheres. Contudo, apenas com uma lei publicada em 2009 essas cotas tornaram-se obrigatórias, de modo que, em eleições proporcionais, haja no mínimo 30% e no máximo 70% de candidaturas de cada sexo, por partido ou coligação partidária.


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Cargos de gestão

O levantamento do IBGE trouxe, ainda, dados sobre a presença de mulheres em posições de gestão. Em 2022, de acordo com a pesquisa, 39,3% dos cargos gerenciais de atividades econômicas eram ocupados por mulheres. Os setores de saúde humana, educação e atividades profissionais e científicas foram as áreas com as maiores presenças femininas em vagas de chefia.


Veja detalhes de cada setor

• Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aqüicultura - 15,8%;

• Indústrias extrativas; Indústrias de transformação; Eletricidade e gás: 31%;

• Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação: 19,5%;

• Construção: 26,4%;

• Comércio; Reparação de veículos automotores e motocicletas: 34,9%;

• Transporte, armazenagem e correio: 21%;

• Informação e comunicação: 29,7%;

• Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados: 48,3%;

• Atividades imobiliárias: 45,3%;

• Atividades profissionais, científicas e técnicas: 53,9%;

• Atividades administrativas e serviços complementares: 35,5%;

• Administração pública, defesa e seguridade social: 35,2%;

• Educação: 69,4%;

• Saúde humana e serviços sociais: 70%;

• Alojamento e alimentação; Artes, cultura, esporte e recreação; Outras atividades de serviços: 37,4%

Mulheres na justiça

Dados do relatório "Participação Feminina na Magistratura", publicados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2023, mostra que a presença feminina saiu de 24,6%, em 1988, para 40%, em 2022.

O indicador computa informações sobre a presença de juízas ou magistradas autorizadas a ouvir casos especificamente criminais e a tomar decisões em um tribunal. O mesmo relatório mostrou que a participação de juízas na Justiça Estadual foi de 38% e Superior Tribunal de Justiça (STJ), de 23%.

Veja detalhes abaixo

• Justiça Estadual - 38%;

• Justiça Federal - 31%;

• STJ - 23%;

• Maior paridade foi encontrada na Justiça do Trabalho, com 49%.

Mulheres na educação

O levantamento revelou que a maioria das pessoas no país com ensino superior completo são mulheres. Segundo a amostra, elas correspondem a 21,3% dos brasileiros com diploma na universidade, enquanto os homens são 16,8%.

Afazeres domésticos

A terceira edição revelou que as mulheres destinam quase o dobro de tempo em relação aos homens com afazeres domésticos e cuidados com pessoas. Segundo o estudo, a média semanal feminina é de 21,3 horas, enquanto a masculina fica em 11,7 horas.

Menos filhos

O Brasil registrou uma queda de 13% na média de filhos por mulher entre 2018 e 2022, informa levantamento divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao todo, foram 2,56 milhões de nascidos vivos no ano retrasado, uma diminuição de 383 mil em comparação com 2018.

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