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Brasil reduziu 16% emissões de gases do efeito estufa em 2024

Redução é atribuída principalmente à queda do desmatamento; resultado é o melhor em 16 anos

Brasília|Lis Cappi, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Brasil reduziu 16,7% suas emissões de gases do efeito estufa em 2024, a maior queda em 16 anos.
  • A redução foi impulsionada pela diminuição do desmatamento, especialmente na Amazônia com 41% menos emissões.
  • Apesar da queda no desmatamento, outros setores como energia e resíduos apresentaram aumentos nas emissões.
  • Críticas surgem em relação à autorização de exploração de petróleo na Foz do Amazonas, que contrasta com os avanços ambientais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Queda do desmatamento teve impacto positivo nas reduções de emissões brasileiras Fernando Frazão/Agência Brasil

O Brasil teve uma queda de emissões de gases poluentes em 16,7% em 2024, segundo monitoramento do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), da rede Observatório do Clima, divulgado nesta segunda-feira (3).

No ano passado, o Brasil emitiu um total de 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera, frente a 2,576 bilhões em 2023, considerando emissões a partir do uso da terra, agropecuária, energia, processos industriais e resíduos.


A redução é a maior dos últimos 16 anos e a segunda mais significativa da série histórica iniciada em 1990, quando houve diminuição de 17,2% na população climática.

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Entre biomas, a Amazônia registrou a queda expressiva com redução de 41% nas emissões.


O cerrado reduziu em 20% a poluição climática. O pantanal foi o bioma com a queda mais expressiva de forma proporcional ao seu território, com redução de 66%.

Apenas o pampa aumentou as emissões no último ano, com crescimento de 6%.


Se consideradas emissões líquidas, que absorvem parte do carbono por florestas e áreas protegidas, a redução é de 22%.

Impacto do Desmatamento

O maior impacto da redução foi atribuído à queda do desmatamento, conforme indica David Tsai, gerente de projetos do Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente).


“Nos últimos dois anos, a gente viu uma retomada do controle do desmatamento com quedas expressivas. De 2022 a 2023, a gente observou a maior queda percentual e absoluta desde a publicação da política nacional de mudança do clima, em 2009, e de 2023 a 2024, a gente teve recorde com uma queda expressiva de 17% das emissões líquidas de gases de efeito estufa no país”, afirma.

No ano passado, o setor da agropecuária também registrou queda das emissões de gases em 0,7%. Os demais setores aumentaram o volume de poluição climática, com aumentos de 0,8% em energia, 2,8% em processos industriais e 3,6% em resíduos.

“As emissões do setor agropecuário em 2024 ficaram praticamente estáveis em relação ao ano anterior. Para 2025, a tendência é de um aumento projetado em 2%. Apesar do crescimento esperado nas emissões, o setor poderia ter uma importante contribuição para as remoções de carbono, associadas principalmente às boas práticas agrícolas, mas essas remoções precisam ser computadas nos inventários nacionais”, aponta trecho de nota do Observatório do Clima.

Reduções e a COP30

As quedas do desmatamento são avaliadas de forma positiva, com a chegada do Brasil na COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, mas vista com contradição pela recente autorização concedida à extração de petróleo na Foz do Amazonas, segundo especialistas.

“Ficamos na situação de um governo que dá com uma mão e tira com a outra para o clima. Por um lado, toma medidas adequadas para proteger as florestas, e reduz emissões com isso; por outro, dobra a aposta no petróleo que agrava a crise do clima e ameaça essas mesmas florestas”, diz Claudio Angelo, coordenador de política internacional Observatório do Clima.

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