Brics: Lula discute cooperação com líderes internacionais, incluindo premiê chinês
Chefe do Executivo brasileiro deve se encontrar com representantes da China, Etiópia, Vietnã e Nigéria
Brasília|Do R7

Após participar da abertura do Fórum Empresarial do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre uma série de reuniões bilaterais com representantes de países como Etiópia, Vietnã e Nigéria.
Por fim, Lula deve se encontrar com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, que representa o presidente Xi Jinping na Cúpula do bloco, marcada para este domingo (6).
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Membro fundador do Brics, a China é um dos países que não participa com sua autoridade máxima na programação no Rio de Janeiro. Além dela, a Rússia, de Vladimir Putin, também enviou representantes do governo.
A expectativa é que Putin participe por videoconferência. Xi Jinping, por outro lado, não comparecerá nem remotamente; a delegação chinesa será chefiada por Li Qiang.
Em meio à escalada de tensões no Oriente Médio, o presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, também não participará do encontro. O país será representado pelo ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi. O conflito na região também provocou a ausência do presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi.
Veja agenda completa de reuniões
- 10h20 — Reunião bilateral com o Primeiro-Ministro da República Democrática Federal da Etiópia, Abiy Ahmed Ali
- 11h20 — Reunião bilateral com o Primeiro-Ministro da República Socialista do Vietnã, Pham Minh Chinh
- 12h30 — Reunião bilateral com o Presidente da República Federal da Nigéria, Bola Tinubu
- 16h30 — Reunião bilateral com o Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi, Xeique Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan
- 17h30 — Reunião bilateral com o Primeiro-Ministro da República Popular da China, Li Qiang
Cúpula esvaziada, mas estratégica
A professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Cristina Pecequilo, destaca a importância do encontro no atual cenário global.
“A reunião deve ser entendida no contexto das grandes transformações do século 21 como uma oportunidade relevante para fortalecer a cooperação Sul-Sul e discutir a reformulação da ordem mundial”, analisa.
Segundo ela, mesmo com ausências significativas entre fundadores e novos membros, o encontro sinaliza a existência de alternativas à atual conjuntura internacional marcada por conflitos.
“Mecanismos como o Novo Banco de Desenvolvimento oferecem formas de negociação que não reproduzem as desigualdades entre Norte e Sul”, afirma.
Para a professora, temas como meio ambiente, desenvolvimento, regulação tecnológica e redes digitais vêm sendo discutidos com frequência e representam um canal diplomático para demandas e propostas de mudança.
“Considero a cúpula fundamental, tanto pela sua simbologia quanto pela demonstração de alinhamento entre as nações do Sul global”, completa.
Ausências de Xi Jinping e Vladimir Putin
De acordo com o cientista político e professor de Relações Internacionais Maurício Santoro, a ausência de figuras centrais como Xi Jinping e Vladimir Putin deve criar um “certo vazio” no evento.
“Do ponto de vista brasileiro, o convidado mais aguardado é o presidente chinês. Esta será a primeira vez que Xi Jinping não comparece a uma cúpula do Brics, chamando atenção, considerando seu histórico de envolvimento com o grupo”, ressalta.
Segundo Santoro, a justificativa oficial apresentada por Pequim — de que os líderes já mantiveram encontros anteriores com Lula — foi vista como evasiva.
“Trata-se de uma explicação superficial, pois o Brics não é um evento bilateral, mas multilateral”, observa.
Para o professor, os desdobramentos no Oriente Médio ajudam a explicar parte dessas ausências.
“A recente escalada entre Irã e Israel e a busca por um cessar-fogo em Gaza mantêm líderes regionais ocupados, como os presidentes do Irã e do Egito”, aponta.
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