Caixas-pretas de avião que caiu em Vinhedo (SP) chegam a Brasília para análise
Uma das caixas-preta grava os dados do voo e a outra as conversas na cabine de voo; informações são fundamentais para investigação
Brasília|Do R7, em Brasília
Os dois gravadores do avião que caiu em Vinhedo, interior de São Paulo, na sexta-feira (9), chegaram a Brasília na manhã deste sábado (10). A análise das gravações é primordial para entender o que aconteceu no acidente que deixou 62 mortos. Uma das caixas-preta grava os dados do voo e a outra as conversas. Ainda nesta manhã, a Voepass confirmou que Constantino Thé Maia é uma das vítimas da tragédia. “O nome de Constantino não estava na lista de passageiros embarcados divulgada ontem devido a uma questão técnica identificada pela companhia, referente às validações de check-in, validação do boarding e contagem de passageiros embarcados”, explicou a empresa.
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O que é a caixa-preta?
Caixa-preta é o nome popular do sistema de registro de voz e dados existentes em aviões. Ele é formado por dois sistemas distintos e independentes. O primeiro, chamado de CVR (Cockpit Voice Recorder, em tradução livre), é responsável por armazenar o som ambiente das cabines de comando. A outra parte, chamada de FDR (Flight Data Recorder), guarda dados como velocidade, aceleração, altitude, entre outros. Por isso, o sistema é formado por dois equipamentos.
Entenda o que se sabe sobre o acidente
O percurso foi seguido normalmente até por volta das 13h. A aeronave decolou de Cascavel (PR) às 11h50 e deveria pousar em Guarulhos (SP) às 13h45. Segundo informações da FAB, a partir das 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo, nem declarou emergência ou reportou estar sob condições meteorológicas adversas. A perda de contato com o radar ocorreu às 13h22.
A aeronave caiu no jardim de uma casa em um condomínio. Às 13h28, foi reportada a queda em um condomínio residencial no bairro Capela, em Vinhedo, a 464,4 km de São Paulo. A Defesa Civil informou que a aeronave explodiu ao cair no chão. Desde o primeiro momento, as autoridades informaram que ninguém a bordo sobreviveu. Apesar de a aeronave ter explodido na garagem de uma casa, nenhuma pessoa foi atingida em solo. Vídeos registraram o momento da queda do avião.
Quem são as vítimas
Segundo a Voepass, a tripulação tinha todas as certificações necessárias para o voo e era composta por pessoas experientes. A equipe era formada por: Danilo Santos Romano, comandante; Humberto de Campos Alencar e Silva, co-piloto; Débora Soper Ávila, comissária; e Rubia Silva de Lima, comissária. Entre os passageiros estavam pai e filha: Liz Ibba Santos, de três anos, e Rafael Fernando dos Santos, que viajavam para celebrar o Dia dos Pais; as médicas residentes de oncologia clínica Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim; e o árbitro de judô Edilson Hobold, de 52 anos. A lista completa foi disponibilizada por volta das 18h de sexta-feira.
Tempo apresentava instabilidade no momento do acidente
Especialistas acreditam que o mau tempo pode ter contribuído para o acúmulo de gelo nas asas. Pilotos que sobrevoaram São Paulo na sexta-feira (9) confirmaram uma condição atmosférica fora do normal. O ATR-72 é um avião de médio porte com boa reputação de segurança. Por características de projeto, voa a uma altitude inferior à operada pelos grandes jatos, justamente onde ocorre uma maior formação de gelo na atmosfera.
Avião teria passado por manutenção na noite anterior ao acidente
Em coletiva de imprensa na noite de sexta-feira, responsáveis pela Voepass informaram que o ATR-72 passou por manutenção na noite anterior ao acidente. Segundo a empresa, tudo estava no padrão técnico observado pela companhia. Ainda conforme os representantes da Voepass, o avião estava em rota normal até a queda. Os empresários lembraram que ainda precisam ser analisadas informações para as causas serem compreendidas.