Câmara Legislativa do DF aprova que Iges gerencie Hospital Cidade do Sol durante epidemia de dengue
Deputados da oposição tentaram limitar prazo de atuação do Iges em 90 dias, mas proposta não foi aceita
Brasília|Do R7, em Brasília
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou nesta terça-feira (6) o projeto de lei que passa a gestão do Hospital Cidade do Sol, em Ceilândia, para o Iges (Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF) durante a epidemia de dengue. O texto é de autoria do Executivo e foi enviado durante a manhã e aprovado no mesmo dia.
O texto justifica a necessidade da mudança ao afirmar que 40% dos casos de dengue do DF foram registrados em Ceilândia e que a medida vai viabilizar a instação de 60 leitos de internação no Hospital do Sol Nascente.
O PL foi criticado por deputados da oposição que protocolaram uma emenda que limitava o prazo de atuação do Iges em 90 dias, mas a proposta não foi aceita.
O líder do governo, Robério Negreiros (PSD), afirma que a medida não aumenta o alcance do Iges. "Essa é uma medida emergencial, temporária. Pela urgência, precisamos dar um voto de confiança", argumenta.
O deputado Fábio Felix (Psol) criticou a falta de garantias e cobrou um plano de nomeações de mais servidores para a Secretaria de Saúde.
Dengue no DF
O Distrito Federal registrou, até o dia 3 de fevereiro, 47.417 casos prováveis de dengue, o que representa um aumento de 1.120% a mais do que o mesmo período de 2023, que teve 3.793 casos. Onze mortes foram confirmadas como sendo causadas pela doença e outras 45 seguem sob investigação. A grande maioria das mortes foi de pacientes homens e a maioria das vítimas tinha entre 70 e 79 anos.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES), três das mortes confirmadas foram de moradores da Ceilândia e duas foram do Guará. Brazlândia segue como a região administrativa com maior incidência de casos, com 3.016 casos por 100 mil habitantes. A Estrutural superou o Sol Nascente/Por do Sol e a Ceilândia e tem a segunda maior taxa, com 2.709 casos.
Em toda a região do Distrito Federal, apenas o Sudoeste/Octogonal tem uma taxa de incidência considerada baixa, com 62,42 casos por 100 mil habitantes. Plano Piloto, Arniqueira, Jardim Botânico, Park Way e Águas Claras têm incidência média, com taxa de 266 a 125. Todas as demais regiões administrativas registram incidência alta.