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R7 Brasília

Câmara rejeita tornar permanente o Auxílio Brasil de R$ 600

Proposta alteraria parte do texto da PEC dos Benefícios, que amplia o auxílio de R$ 400 para R$ 600 apenas até o fim do ano

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Plenário da Câmara dos Deputados durante votação da PEC que amplia benefícios sociais
Plenário da Câmara dos Deputados durante votação da PEC que amplia benefícios sociais

Com apoio do governo, a Câmara dos Deputados rejeitou, nesta quarta-feira (13), a proposta para tornar permanente o pagamento de parcelas de R$ 600 do Auxílio Brasil. A votação ocorreu na PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia benefícios sociais neste ano de eleições.

O projeto já foi aprovado em primeiro turno. Ainda durante a votação em primeiro turno, o PSB e o PSOL apresentaram dois destaques (alteração ao texto-base) para tornar permanente o aumento do valor das parcelas do benefício.

A proposta foi apoiada pela oposição, mas criticada pela base governista. Partidos da base, como PL e PP, orientaram voto contrário à proposta de um auxílio permanente. Líder do PSB, Bira do Pindaré (MA) criticou a PEC, chamando-a de eleitoreira, pelo fato de durar apenas até o fim do ano. Vice-líder do governo, o capitão Alberto Neto (PL-AM) rebateu que não se trata de uma questão eleitoreira, mas sim de responsabilidade, "de usar o recurso de maneira responsável". 

O que prevê a PEC

Estado de emergência: institui em 2022 o estado de emergência "decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes". Partidos contrários criticam o termo "imprevisível" e dizem que a economia é sempre imprevisível. As despesas geradas pela matéria serão atendidas por meio de crédito extraordinário.


Auxílio Brasil: passará dos atuais R$ 400 para R$ 600, até o limite do custo de R$ 26 bilhões. O valor vai ser pago entre agosto e dezembro. De acordo com a matéria, o governo terá de zerar a fila para recebimento do benefício. Assim, a previsão é que o programa passe a atender 19,8 milhões de famílias.

Voucher para caminhoneiros: prevê o pagamento, de julho a dezembro deste ano, de um auxílio mensal aos caminhoneiros no valor de R$ 1.000, com o limite de R$ 5,4 bilhões para os cofres públicos. O benefício deve chegar a quase 900 mil profissionais. Para evitar o recebimento indevido do voucher, somente transportadores registrados como autônomos no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC) até 31 de maio de 2022 receberão o benefício.


Voucher para taxistas: pagamento de seis parcelas, entre julho e dezembro deste ano, a taxistas registrados até 31 de maio, até o limite de R$ 2 bilhões de custo aos cofres públicos. O texto ainda não definiu qual será o valor individual do subsídio a cada motorista de táxi.

Auxílio Gás: o valor será dobrado. Atualmente, as famílias beneficiadas têm direito a um valor equivalente ao preço de meio botijão de gás de 13 kg a cada dois meses. O texto eleva esse valor para o equivalente ao preço de um botijão de gás. Vale de julho até o fim de 2022. A previsão de gasto é de R$ 1 bilhão.


Gratuidade para os idosos: repassar R$ 2,5 bilhões à União, estados, Distrito Federal e municípios que dispõem de serviços de transporte público urbano e metropolitano. O objetivo é minimizar as perdas das companhias em razão da gratuidade da tarifa oferecida a passageiros com 60 anos ou mais, conforme previsto no Estatuto do Idoso.

Alimenta Brasil: previsão de uma suplementação de R$ 500 milhões ao programa, que tem como finalidade promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar. Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra comida produzida pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e a destina a pessoas em situação de insegurança alimentar.

Compensação ao etanol: compensação financeira à cadeia produtiva do etanol na ordem de R$ 3,8 bilhões, em cinco parcelas mensais de R$ 760 milhões entre agosto e dezembro deste ano. O valor será repassado exclusivamente a estados que outorgarem créditos tributários do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aos produtores ou distribuidores de etanol hidratado em seu território.

Biocombustíveis: como a proposta foi anexada à PEC dos Biocombustíveis, a matéria também prevê benefícios tributários a esses combustíveis. A ideia é garantir maior competitividade, por exemplo, ao etanol, diante dos combustíveis fósseis, como gasolina.

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