Carla Zambelli é intimada pela PF a depor em setembro sobre acusações feitas por hacker
A defesa da deputada confirmou a designação, mas disse que a data ainda será definida com o delegado do caso
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi intimada pela Polícia Federal a depor na investigação sobre a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). A defesa da parlamentar confirmou ao R7 que a oitiva deve ocorrer em setembro, mas a data exata ainda não foi definida.
Zambelli foi acusada pelo hacker Walter Delgatti de ter sido a responsável por contratar os serviços dele para executar as invasões. Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do 8 de Janeiro, Delgatti afirmou, em 17 de agosto, que a deputada escreveu o decreto falso do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que pedia a própria prisão.
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O texto, inserido pelo hacker no sistema do CNJ, continha uma série de ironias em relação à atuação de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral. O Banco Nacional de Mandados de Prisão recebeu o documento falso e, após o episódio, foi aberta uma solicitação de investigação à Polícia Federal.
Em 2 de agosto, a PF prendeu Delgatti, além de cumprir mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Zambelli.
Pelo serviço, o hacker afirmou ter recebido R$ 40 mil da parlamentar. Aos agentes, a defesa de Delgatti apresentou comprovantes de depósitos feitos a ele por pessoas ligadas à deputada. De acordo com o advogado dele, Ariovaldo Moreira, os comprovantes totalizariam R$ 13,5 mil. O restante teria sido pago em espécie.
Logo após a operação da PF no início de agosto, Zambelli negou que teria contratado o hacker para fazer trabalhos criminosos e afirmou que os pagamentos feitos a ele se referem a serviços que ela contratou para o seu site.
Sobre o depoimento de Delgatti à CPMI, a defesa da parlamentar disse que a versão não tinha credibilidade. O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, afirmou que "refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas ou imorais pela parlamentar".
A reportagem acionou a deputada nesta terça-feira (29), mas ela afirmou que não iria se pronunciar "enquanto não prestar depoimento".