Carnaval no DF não teve morte por violência, mas 17 pessoas foram esfaqueadas, diz governo
Dados da Segurança Pública mostra que houve uma redução de 24% nos números de ocorrências em comparação com 2020
Brasília|Sarah Paes, do R7, em Brasília
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou nesta quarta-feira (22) que neste carnaval não houve registro de morte por violência e destacou a atuação da polícia. Mesmo com o balanço positivo, segundo dados da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-DF), foram registradas 404 ocorrências criminais e 17 pessoas foram esfaqueadas.
"Foi a primeira vez na história do DF que nós tivemos uma cidade policial em que nós concentramos não só nas forças de segurança, mas também na Secretaria de Saúde que funcionou 24 horas por dia, com acompanhamento e monitoramento, evitando que tivéssemos alguns problemas mais graves", afirmou Celina.
Os dados são preliminares, no entanto, de acordo com a governadora, houve uma diminuição nos níveis de violência em comparação ao carnaval de 2020. Os números de ocorrência diminuíram 24%. Quando comparado com os dados de 2019 a diferença é ainda maior, em que houve uma redução de 49%.
Ainda de acordo com os dados da SSP-DF, 55 armas brancas foram apreendidas e uma arma de fogo, 342 celulares subtraídos e 17 apreensões de entorpecentes, entre outros delitos.
Carnaval DF
A estimativa é a de que mais de 1,5 milhão de pessoas tenha participado das festas na capital. O Carnaval Oficial do DF recebeu o investimento de R$ 4,6 milhões de recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e R$ 2,8 milhões de emendas parlamentares. No total, 34 blocos foram contemplados e outras 84 iniciativas carnavalescas foram incentivadas.
Foram expedidas 729 autorizações para o exercício do comércio ambulante. Os 120 blocos e iniciativas carnavalescas, que participaram do Carnaval da Paz do DF, geraram cerca de seis mil empregos diretos e 17 mil indiretos. Isso movimentou a economia da cidade e do Entorno em mais de 20%, por meio de serviços que englobam hospedagens, viagens, eventos, bares, restaurantes, vestuário e ambulantes.
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De acordo com a governadora, foi o carnaval mais limpo da história do DF com relação a quantidade de resíduos recolhidos. A ação de limpeza contou com a força-tarefa de 1.167 garis.
O DF-legal fiscalizou 71 eventos com 310 servidores, sendo que oito deles foram interditados por ausência de licença. Também foram realizadas 16 apreensões em razão da comercialização de produtos proibidos e perigosos (bebidas em garrafa, cortantes e sem autorização) e apreendidas 2.562 garrafas de vidro com bebidas.
"As pessoas que saíram para as ruas para cometer crimes e não para curtir o Carnaval foram abordadas. Fizemos todo um trabalho preventivo," afirmou Celina.
Já o Departamento de Trânsito (Detran-DF) realizou 120 ações, em que 880 veículos foram abordados. No total, 192 condutores foram autuados dirigindo sob a influência de álcool; 50 condutores foram autuados por não ter carteira de habilitação; 36 por estarem com a CNH vencida; sete condutores foram presos em flagrante por dirigir sob influência de álcool, realizar manobras perigosas e desacato. Foram removidos 127 veículos para o depósito, lavradas 1.158 infrações diversas, sendo 435 por estacionamento irregular.
Raparigueiros
A segurança para o Bloco dos Raparigueiros será repensada. Segundo dados da SSP, do total de 17 registros de pessoas vítimas de objetos perfurocortantes, 10 ocorreram no bloco que passou pelo Eixo Monumental na tarde do último domingo (19). Furtos e tentativas de latrocínio também foram registrados durante a festa.
"Nós vamos analisar se realmente vale a pena continuar deixando esse bloco sair. A responsabilidade é do governo que mantém o alvará, então vamos analisar com muito cuidado, porque os números são muito impressionantes, disse a governadora.
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Em nota, o bloco reafirmou seu compromisso com o folião "o Bloco dos Raparigueiros vem por meio do presente reafirmar seu compromisso com a segurança do folião, sendo certo que seu compromisso é e sempre foi com a realização de um evento gratuito, aberto e democrático, não tendo medido esforços nesse sentido”.
A organização do bloco solicitou uma reunião com o governo para discutir medidas que podem ser tomadas. De acordo com a Secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, apenas duas pessoas que sofreram perfurações permanecem no hospital e devem passar por cirurgia.