Caso Marielle: Moraes manda PF entregar relatórios de ‘autores intelectuais’ do assassinato
No fim de outubro, STF encerrou fase de interrogatório dos réus pelo crime e testemunhas do caso
Brasília|Do R7
O ministro Alexandre de Moraes determinou à Polícia Federal que envie ao Supremo Tribunal Federal todos os relatórios e laudos periciais de objetos apreendidos na Operação Murder Inc, que investiga a “autoria intelectual” dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
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A decisão atende a um pedido feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) durante as audiências de instrução do processo aberto contra os supostos mandantes das execuções. Marielle e Anderson foram assassinados a tiros em 2018.
Na semana passada, o Tribunal do Júri do Rio sentenciou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz — que confessaram os crimes — a penas de 78 anos e 59 anos de prisão, respectivamente.
O despacho de Moraes foi publicado nesta segunda (4), no bojo da ação em que são réus o deputado Chiquinho Brazão, seu irmão Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe da Polícia Civil fluminense, delegado Rivaldo Barbosa.
Processo no STF
No último dia 29, encerrou-se a fase de interrogatório dos réus e testemunhas do caso. Os três negam qualquer envolvimento na morte de Marielle e de Anderson.
Moraes deu cinco dias para as partes se manifestarem sobre a necessidade da realização de diligências. A PGR pediu os documentos sobre as apreensões realizadas em março, na operação que levou Rivaldo e os irmãos Brazão à prisão. O pedido foi deferido na quarta (30).
O processo sobre os supostos autores intelectuais da morte de Mariellle e Anderson entra em uma nova fase em meio à condenação dos executores da vereadora e do motorista.
Foi a delação de Ronnie Lessa que colocou a PF no encalço dos irmãos Brazão e de Rivaldo. À época, a Polícia Federal informou ter encontrado “indícios eloquentes de autoria imediata” da ordem de assassinato da vereadora Marielle Franco. Os irmãos são apontados pela investigação como mandantes do crime. O delegado é suspeito de ter dado proteção aos dois.
Segundo a PF, a possível motivação do crime seria o obstáculo que a vereadora representava para os interesses “escusos” da família Brazão, supostamente ligados à milícia e à exploração de terras griladas no Rio.
A corporação afirma que os “autores intelectuais” do assassinato de Marielle contrataram dois serviços para o crime: a execução em si e a “garantia prévia da impunidade", missão confiada a uma quadrilha supostamente comandada pelo delegado Rivaldo Barbosa.