Celso Amorim vai ao Senado falar sobre posição do Brasil em crise na Venezuela
Senadores esperam relato detalhado da observação do assessor especial da Presidência nas eleições na Venezuela
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
A Comissão de Relações Exteriores ouve nesta quinta-feira (15) o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. A expectativa é que ele discuta a posição do Brasil em relação às eleições na Venezuela. Amorim, ex-chanceler brasileiro, foi enviado pelo governo para acompanhar o pleito no país vizinho, mesmo após as críticas de Nicolás Maduro ao sistema eleitoral do Brasil.
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Para a senadora Tereza Cristina (PP-MS), autora do requerimento que solicitou a presença do assessor na comissão, é essencial obter um relato detalhado das observações feitas na Venezuela.
“A presença de Celso Amorim na Comissão de Relações Exteriores permitirá esclarecer quaisquer rumores ou especulações sobre a atuação do Brasil nas eleições venezuelanas, garantindo que a verdade dos fatos seja conhecida pelos parlamentares e pela sociedade”, afirma a senadora.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também será ouvido pela comissão, mas a data ainda não foi definida.
O governo brasileiro tem atuado como mediador na crise na Venezuela após as eleições de 28 de julho. Oficialmente, o Conselho Nacional Eleitoral declarou Nicolás Maduro como vencedor, com 51,95% dos votos, enquanto o opositor Edmundo González obteve 43,18%.
No entanto, os resultados completos das eleições não foram divulgados, e a oposição questiona a vitória de Maduro, apresentando supostas atas eleitorais que indicariam que González recebeu cerca de 60% dos votos.
A eleição também gerou uma onda de protestos no país. Até a semana passada, 1.102 manifestantes foram detidos pela polícia. Além disso, 23 pessoas morreram devido aos atos.