CNJ cria grupo para acompanhar buscas por Dom e Bruno
Objetivo da instituição é observar os trabalhos realizados para encontrar os profissionais desaparecidos no Amazonas
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira (14) a criação de um grupo de trabalho para acompanhar as buscas pelo jornalista Dom Phillips e pelo indigenista Bruno Araújo. O grupo de trabalho vai ser criado dentro do Observatório do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas do Poder Judiciário.
Os profissionais desapareceram no último dia 5 no Vale do Javari, no Amazonas. As buscas por eles envolvem a Polícia Federal, a Polícia Militar, grupos indígenas e integrantes das Forças Armadas.
"Nós não nos limitamos a julgar processos. Temos observatórios dos direitos humanos, de políticas públicas e meio ambiente. Todos têm conhecimento, é fato internacional, do desaparecimento de dois indigenistas. Ao meu ver, se encaixa no Observatório do Meio Ambiente acompanhar também as buscas", disse Luiz Fux, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Fux destacou que profissionais com conhecimento de temas ambientais atuam no observatório. "O Grupo de Trabalho atuará no âmbito do Observatório do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, e será composto pelo fotógrafo Sebastião Salgado, pelo ator Wagner Moura, pela antropóloga Manuela Carneiro da Cunha e pela juíza auxiliar da Presidência do CNJ, Livia Cristina Marques Peres", completou.
Dom e Bruno realizavam reportagens sobre invasões das terras indígenas e colhiam material para a produção de um livro. Os pertences da dupla foram encontrados na beira de um rio da região, assim como material orgânico, que passará por perícia para que se avalie se ele é compatível com o DNA dos desaparecidos.