Presos depois do 8/1, comandantes da PM do DF entram para reserva com salário de R$ 18 mil
Segundo o último boletim estatístico da Previdência Social, o valor médio da aposentadoria no Brasil é 1.758
Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal) transferiu para a reserva remunerada dois ex-comandantes presos por suposta omissão durante os atos extremistas do 8 de Janeiro. Fábio Augusto Vieira e Klepter Rosa Gonçalves devem receber em torno de R$ 18 mil. A portaria, publicada no DODF (Diário Oficial do Distrito Federal) nessa quarta-feira (31), mostra que os policiais foram transferidos em razão do tempo de serviço. Segundo o último dado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o valor médio da aposentadoria no Brasil é de 1.758.
Segundo dados do Portal da Transparência do GDF (Governo do Distrito Federal), Vieira recebeu um salário líquido de R$ 39.152,59, valor esse que já teve os descontos obrigatórios. Porém, o ex-comandante recebeu “adicionais eventuais” de R$ 21.199,96, que podem ser de férias ou 13º, por exemplo. O pagamento foi feito em novembro de 2023.
Já a última remuneração de Gonçalves, no mesmo mês, foi de R$ 39.955,27. A reserva remunerada também é conhecida como inatividade.
Relembre as prisões
O então comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves, e outros quatro oficiais foram presos na manhã do dia 18 de agosto de 2023, em uma ação conjunta entre a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República.
Segundo a PGR, a cúpula da PMDF deixou de agir para impedir o vandalismo contra as sedes dos Três Poderes. Isso, devido ao alinhamento ideológico com os manifestantes que atentaram contra o Estado Democrático de Direito e promoveram atos extremistas.
Segundo as investigações, os policiais trocaram mensagens e difundiram informações falsas de teor golpista, antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Em nota, a PGR informou que foi constatada uma “profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da Polícia Militar do DF que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.
Segundo o órgão, há ainda menção a provas de que os agentes — que ocupavam cargo de comando da corporação — receberam, antes de 8 de janeiro, diversas informações de inteligência que sugeriam as “intenções golpistas” do movimento e o “risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes”.