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R7 Brasília

Comissão do Senado aprova pena duplicada para crime ambiental durante calamidade pública

Projeto propõe, entre outras coisas, pena dobrada para quem maltratar animais durante vigência do estado de emergência

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Município de Canoas (RS) ficou inundado Ricardo Stuckert / PR

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta quarta-feira (8) um projeto de lei que aumenta a pena para crimes ambientais cometidos durante estados de emergência ou calamidade. O objetivo da proposta é combater o aumento do desmatamento e da destruição da fauna e flora durante situações de crise, quando os infratores acham que há menos chance de serem punidos. A aprovação da matéria ocorre no momento em que o Rio Grande do Sul é atingido por fortes chuvas, com impacto sobre mais de 1 milhão de pessoas.

O projeto, proposto pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), recebeu parecer favorável do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) e seguirá para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Entre as punições que terão pena duplicada estão maus-tratos a animais e destruição de áreas protegidas. O projeto foi inspirado em comentários do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre aproveitar momentos de distração da população para mudar regras ambientais. O relator do projeto, Alessandro Vieira, destacou a importância de punir mais severamente os crimes ambientais em momentos de fragilidade da fiscalização.

Senadora Leila Barros (PDT-DF)
Senadora Leila Barros (PDT-DF) Edilson Rodrigues/Agência Senado

Durante a reunião da comissão, a senadora Leila Barros (PDT-DF), presidente do colegiado, expressou preocupação com os desafios impostos pela emergência climática no Brasil, particularmente em resposta aos eventos no Rio Grande do Sul. “Não há mais espaço para o negacionismo científico”, declarou a senadora, enfatizando a necessidade urgente de políticas públicas eficazes que enfrentem os eventos climáticos extremos.


Leila Barros ressaltou a importância de preservar ecossistemas e repensar a ocupação de áreas de risco. “É preciso preservar as matas nas margens dos rios para minimizar os efeitos das chuvas intensas e proteger a vegetação de restinga para frear os efeitos das ressacas do mar,” disse ela, argumentando contra a flexibilização das normas ambientais. “Preservar o meio ambiente não é um empecilho para o desenvolvimento econômico”, disse.

Tragédia no Rio Grande do Sul

Pelo menos cem pessoas já morreram devido às chuvas que causaram uma tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul, segundo o boletim da Defesa Civil do estado das 12h desta quarta-feira (8). Outros quatro óbitos estão em investigação.


Também há 128 desaparecidos e 372 feridas. O governo estadual contabilizou mais de 200 mil pessoas fora de suas casas, das quais 66,7 mil foram acolhidas em abrigos.

A catástrofe registrada no estado afetou 1,4 milhões de pessoas em 417 dos 497 municípios gaúchos, acrescenta a Defesa Civil. Isso representa 80% do estado.

Inundações históricas ocorreram desde o fim de semana em Porto Alegre e cidades da região metropolitana, como Eldorado do Sul (a mais afetada) e Canoas. Equipes de resgate e voluntários trabalham dia e noite para socorrer moradores ilhados e animais.

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