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R7 Brasília

Conass defende vacinação de crianças e critica debate ideológico

Representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde frisou que imunizante é seguro e que crianças merecem proteção

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

Nésio Fernandes, do Conass, em audiência sobre vacinação de crianças contra a Covid-19
Nésio Fernandes, do Conass, em audiência sobre vacinação de crianças contra a Covid-19

Durante audiência pública para falar sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 nesta terça-feira (4), o representante do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), Nésio Fernandes de Medeiros Júnior, defendeu a ideia de que a imunização de crianças seja incluída no calendário e lamentou que o governo tenha feito das vacinas "reféns de um debate ideológico antivacina". O Conass é a entidade que representa os secretários estaduais de Saúde, e Nésio, além de secretário de Saúde do Espírito Santo, é médico sanitarista.

"Defendemos colocar a imunização de crianças no calendário. Lamentamos ver o comando da República constrangendo servidores da Anvisa e colocando as vacinas reféns de um debate ideológico antivacina e narrativas para legitimação de posições que fragilizam a confiança na ciência e nas vacinas", afirmou. A incorporação no calendário e no Programa Nacional de Imunizações torna a vacinação obrigatória, com previsão de campanha feita pelo governo anualmente.

Medeiros esclareceu que o Conass reafirma que é dever do Estado garantir a saúde da população, com execução de políticas que visem à redução de risco de doenças. A realização de audiência pública e consulta pública sobre o assunto, por parte do governo federal, foi alvo de críticas de especialistas antes e durante a audiência por possibilitar o aumento da insegurança em relação aos imunizantes. 

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"Toda posição que estimule a hesitação vacinal precisa ser combatida, porque reduz a capacidade do sistema de saúde de promover saúde e prevenir doença. [...] Também temos a competência de proteger a população de teses que fragilizem a confiança da população nas medidas de saúde coletiva, entre elas a vacinação. Por isso, as nossas posições como gestores precisam ser claras, seguras, respaldadas nas maiores evidências disponíveis", disse.


O representante do conselho afirmou que "todas as posições que fragilizam a garantia do acesso e a promoção da saúde devem ser combatidas pelas autoridades sanitárias". De acordo com ele, até o momento 20 estados do Brasil que reúnem mais de 80% da população brasileira já publicaram normas sobre o tema e não vão exigir prescrição médica para aplicação da vacina contra a Covid-19 em crianças.

A vacinação é importante para as crianças%2C porque elas não merecem o vírus%3B elas merecem uma proteção segura%2C cientificamente aprovada pelas agências reguladoras.

(Nésio Fernandes de Medeiros Júnior, médico sanitarista)

Medeiros frisou ainda que os imunizantes não são experimentais, já tendo passando por três fases de estudo e tido autorização das agências reguladoras dos principais países do mundo —no caso do Brasil, a Anvisa.

Ele, assim como outros especialistas que falaram na audiência, lembrou que um dos maiores erros na pandemia foi comparar os efeitos do coronavírus na população infantil com os efeitos na população adulta, sendo que a maneira certa é comparar os efeitos da doença aos de outras que atingem essa mesma população, como a meningite.

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