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R7 Brasília

Concentração de poluentes na Amazônia atinge média 10 vezes maior que o normal, mostra Inpa

Especialistas afirmam que as causas do aumento são desconhecidas, mas podem estar relacionadas ao aumento dos focos de queimadas

Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília


OMS recomenda que a a concentração de material particulado seja inferior a 15 ug/m3 Marcello Camargo/ Agência Brasil

A concentração de poluentes registrada na atmosfera da Amazônia atingiu a média de 60 ug/m3, número ao menos 10 vezes mais alto que o normal para o período de seca, segundo o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). No final do mês, a taxa de poluentes atingiu o pico e alcançou uma média diária de 80ug/m3. Especialistas ligados ao Inpa afirmam que as causas do aumento são desconhecidas. Entretanto, pode estar relacionada ao aumento dos focos de queimadas na região.

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Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) apontam que entre janeiro e o início de setembro de 2024, a Amazônia registrou 83.683 focos de incêndio, quase o dobro do registrado durante todo o ano de 2023.

“Ainda não sabemos as causas do aumento das concentrações nesse período. Isso pode estar relacionado a um possível aumento dos focos de queimadas em toda a Amazônia, ou ainda à presença de focos de queimadas mais próximos à torre ATTO. Quanto mais perto for a frente de queimadas, mais altas serão as concentrações”, explica a pesquisadora do ATTO (Observatório da Torre Alta) Luciana Rizzo.

Poluição na Amazônia Luce Costa/Arte R7

Para efeito de comparação, a concentração de poluentes é 60 vezes maior em relação a períodos de chuva na região. O complexo ATTO, responsável por registar dados meteorológicos, químicos e biológicos, está instalado no meio da floresta, a cerca de 150km de Manaus (AM).


De acordo com Rizzo, a concentração de partículas na atmosfera aumenta todos os anos na estação seca. Enquanto na época das chuvas a concentração em média é de 1,0 ug/m3 (microgramas por metro cúbico), na estação seca varia entre 5,0 e 7,0 ug/m3.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que o índice das partículas seja inferior a 15 ug/m3 por dia. Altas concentrações do material podem agravar ou aumentar o risco de desenvolver doenças cardiorrespiratórias. Em áreas urbanas, o impacto pode ser mais grave, onde a fumaça das queimadas se soma às emissões de veículos e de outras atividades. Para a floresta, a concentração das partículas pode causar impactos nos ecossistemas, alterando propriedades das nuvens e a quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra.


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