Condenado por bomba no aeroporto, blogueiro preso tentou fugir, caiu e bateu a cabeça
Wellington Macedo foi preso no Paraguai; também alvo da operação, cantor gospel escapou da prisão por estar com dor de dente
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília, e Vanessa Lima, da Record TV
Condenado por participar da tentativa de ataque à bomba no aeroporto de Brasília, o blogueiro Wellington Macedo tentou fugir durante prisão no Paraguai, nesta quinta-feira (14), caiu e chegou a bater a cabeça na calçada. Ele foi capturado por policiais que atuaram na operação, realizada em conjunto pela Polícia Federal brasileira, por autoridades paraguaias e pela Polícia Internacional (Interpol). De acordo com a defesa de Macedo, o cliente foi pego de surpresa depois que foi chamado à sede do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) para assinar documentos relativos ao pedido de refúgio. Outras duas pessoas também foram presas.
"Disseram que ele tentou fugir, correu e tropeçou em uma calçada. Na queda, bateu a cabeça", narrou o advogado Aécio Fernandes à reportagem. "Ele está bem, está tranquilo, mas ainda triste com o que fizeram no Conare", completou.
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Macedo tinha pedido refúgio ao governo do Paraguai e aguardava resposta. O blogueiro é um dos três acusados em denúncia aceita pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) por tentar explodir uma bomba instalada em um caminhão de combustível. Ele foi condenado a seis anos de prisão e estava foragido desde então.
Na mesma ação, também foram condenados o empresário George Washington de Oliveira Souza e Alan Diego dos Santos, denunciados pelo crime de explosão, previsto no artigo 251 do Código Penal.
A defesa do blogueiro entrou com uma apelação contra a prisão. O recurso foi protocolado na 8ª Vara Criminal de Brasília. A justificativa é que o réu "discorda da sentença proferida", mas não há apresentação de argumentos no pedido, o que, segundo a defesa, só deve ser feita ao tribunal para onde for encaminhada a ação.
A defesa afirma que Macedo não teve envolvimento direto com o planejamento do ataque à bomba e que ele não sabia da existência do artefato quando deu carona a Alan. "O Wellington nunca conheceu o George, viu o Alan pela primeira vez no acampamento quando ele pediu a carona. Por si só essas questões já destroem o suposto liame subjetivo [ligação entre os agentes do crime] que o Ministério Público diz que existiu", disse Fernandes.
Outras prisões
Além de Macedo, foi preso Max Pitangui, suspeito de liderar atos antidemocráticos, segundo a PF. Também por envolvimento nos atos extremistas, foi presa Rieny Munhoz. Outros dois foragidos, que também eram alvo da operação, ainda não foram capturados.
O cantor gospel Salomão Vieira, denunciado por ser um dos articuladores dos atos extremistas do 8 de Janeiro, continua foragido no Paraguai depois que conseguiu escapar da operação. O cantor apresentou um atestado para não comparecer ao chamado do Conare. Nas redes sociais, Vieira fez uma aparição e afirmou que ele e os presos foram "traídos", que não sabe o que vai fazer nem para onde vai e que "o Paraguai não é mais seguro".