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COP30: Japão pede ao Brasil extradição de ativista canadense defensor das baleias

Governo japonês tem conflito com o ativista, que está no Brasil para a COP30, há mais de dez anos

Brasília|Bruna Pauxis, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O Japão pressiona o Brasil para extraditar o ativista canadense Paul Watson, presente no país para a COP30.
  • Watson, fundador de ONGs como Greenpeace e Sea Shepherd, atua contra a caça de baleias japonesa, considerada ilegal.
  • A Sea Shepherd entrou com um pedido de habeas corpus para garantir a liberdade de Watson enquanto ele estiver no Brasil.
  • O conflito entre Japão e Watson é visto como político, e a ONG pede que o Brasil resista às pressões externas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Paul Watson atua como ativista há mais de 50 anos e foi um dos fundadores da GreenPeace Lucas Amorelli/ Sea Sheppard Brasil

A Embaixada do Japão está pressionando o Brasil para a extradição do ambientalista Paul Watson, que está no país para eventos da COP30. O governo japonês acusa Watson de cometer atentados contra embarcações asiáticas.

Watson é fundador das ONG’s Greenpeace e Sea Sheppard e atua contra a caça de baleias no Oceano Pacífico, atividade que, segundo ele, o país asiático estaria praticando de forma ilegal, com a justificativa de fins científicos.


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Esta semana, a embaixada enviou ao Palácio do Planalto uma carta solicitando a extradição do ativista. Em resposta, a Sea Sheppard entrou na Justiça com um pedido de habeas corpus preventivo, para garantir a liberdade do estrangeiro enquanto ele estiver no país para a COP30.

A organização ativista documentou e denunciou, internacionalmente, a prática de caça às baleias em águas protegidas, como o Southern Ocean Whale Sanctuary.


As ações da Sea Sheppard resultaram na decisão da Corte Internacional de Justiça, em 2014, de definir que o programa japonês não possuía caráter científico legítimo.

Conflitos antigos

Em 2012 os governos do Japão e da Costa Rica pediram à Interpol que o nome de Watson fosse incluído em sua lista vermelha, ferramenta que garante que os países consigam trocar informações, fazer buscas automáticas e cruzar dados para localizar indivíduos.


Em julho de 2024, com o uso da lista, o ativista foi preso enquanto participava de um evento na Groenlândia e passou cinco meses em uma penitenciária local até o governo dinamarquês o libertar.

Este ano, a Interpol afirmou ter removido o nome do canadense de sua lista vermelha, reconhecendo que o pedido japonês é motivado por razões políticas.


A organização também afirmou que é desproporcional utilizar a lista para este fim, uma vez que a ferramenta é geralmente usada para rastrear assassinos e terroristas.

O que diz Paul e a Sea Sheppard?

Em nota, a Sea Sheppard disse que o conflito entre o país asiático e o ativista é considerado por diversos especialistas como um processo de natureza política.

“Desde 2010, após confrontos com a frota baleeira japonesa no Oceano Antártico, o Japão tenta enquadrar Watson como criminoso por motivos banais, uma forma de retaliação às ações diretas de proteção às baleias”, escreveu a organização.

A ONG também pediu que o Brasil não ceda às pressões externas. “Proteger quem protege o planeta é um dever ético e jurídico. Às vésperas de um dos eventos mais importantes no combate à crise climática e após todo o embate jurídico já finalizado, receber este novo pedido de extradição de um dos maiores defensores do meio ambiente no mundo é um grande desrespeito ao planeta, à humanidade e a todos os demais seres que vivem na Terra”, argumentou Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.

Watson defendeu que está sendo “punido” pelo governo japonês, que está defendendo a caça ilegal de baleias.

“Tudo o que conseguirão é expor ainda mais sua natureza criminosa, sua ganância desmedida e seu compromisso imoral em destruir a diversidade da vida no oceano”, disse o ativista.

O que diz o Japão?

Contatada pela redação, a Embaixada do Japão no Brasil afirmou que o governo japonês “não vai emitir nenhuma nota sobre o tema”.

O R7 ressalta, no entanto, que o espaço para diálogo e esclarecimentos segue aberto.

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