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Coronel afirma que comando da PM estava enfraquecido durante invasão em Brasília

O coronel Jorge Eduardo Naime afirmou à CPI dos Atos Extremistas que o enfraquecimento aconteceu por intromissão política

Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília

STF após depredação causadas por manifestantes extremistas no dia 8 de janeiro de 2023
STF após depredação causadas por manifestantes extremistas no dia 8 de janeiro de 2023

O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime afirmou, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos extremista do dia 8 de janeiro nesta quinta-feira (16), que interferências políticas, além da candidatura de oficiais da ativa da corporação, enfraqueceram o comando da força.

A fala do militar está de acordo com o relatório sobre os atos extremistas do ex-interventor federal no DF Ricardo Cappelli. Segundo o documento, o ex-comandante-geral Fábio Augusto Vieira teria perdido condições de coordenar os militares durante a invasão às sedes dos Três Poderes. 

O relator da CPI, o deputado distrital João Hermeto de Oliveira (MDB), questionou Naime se havia uma briga política na corporação e se ele teria interesse no cargo de comandante-geral ocupado na época por Vieira. Naime era o chefe do Departamento de Operações (DOP) da PM, que articula e prepara tropas para eventos como as manifestações de 8 de janeiro, porém, na data, ele estava de folga.

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O coronel disse que era amigo de Vieira e que o então subcomandante-geral da corporação em janeiro de 2022 estaria envolvido nessas disputas. O então subcomandante e um major que atuava como seu imediato acabaram envolvidos em uma investigação da corregedoria por ligar para o 190 para pedir que uma viatura levasse um garçom para casa. O major teria, inclusive, ameaçado exonerar um superior, quebrando a hierarquia da corporação.


O caso foi parar no Ministério Público do DF e dos Territórios e a vaga de imediato do coronel Fábio Vieira foi repassada para o coronel Edvan Oliveira, nome ligado ao comandante-geral.

Militares candidatos

“O coronel Fábio vinha reclamando há muito tempo de interferência política dentro da corporação”, relatou. Segundo o depoente, ele próprio chegou a pedir para sair do DOP por conta das disputas internas, mas teria sido demovido da ideia por colegas. A situação, de acordo com Naime, se agravou com a chegada do período eleitoral.


“A gente recebia imagens de policiais usando postos para fazer campanha. Muito ruim para o comando. Recebíamos imagem da cadeira do comandante-geral com o oficial sentado na cadeira de Tiradentes, ofertando a cadeira durante a campanha. Muito ruim para o comando. Isso enfraqueceu o comando do coronel Fábio”, disse aos parlamentares.

Após as eleições, segundo o ele, Edvã de Oliveira Sousa foi trocado pelo coronel Klepter Rosa Gonçalves, por ordens superiores a do comandante-geral. Ele destacou que, apesar da competência do coronel, ele não era uma escolha do comandante-geral. “Essa troca fez com que o coronel se abalasse, chegando a colocar o cargo à disposição do doutor Júlio Danilo [então secretário de Segurança Pública do DF], que pediu que ele se acalmasse.

Nesse ponto, o depoente passou a se defender. Após expor o enfraquecimento do comando-geral, o depoente passou a se defender. Destacou que, mesmo de folga, foi para a Esplanada, atuou para prender os manifestantes, levou um disparo de rojão e sofreu queimaduras e acabou preso.

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