Coronel da Polícia Militar do DF diz que não foi feito planejamento operacional para o 8 de Janeiro
Ex-comandante-geral da corporação Fábio Vieira chegou acompanhado dos advogados na CPI da Câmara Legislativa
Brasília|Fabíola Souza, do R7, em Brasília
A décima primeira reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos extremistas da Câmara Legislativa do Distrito Federal ouviu, nesta quinta-feira (11), o ex-comandante-geral da Polícia Militar do DF coronel Fábio Augusto Vieira. Ele chefiava a corporação no dia 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília. De acordo com o depoimento do coronel, não foi realizado nenhum planejamento operacional para o dia dos ataques.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Vieira chegou acompanhado na Comissão dos advogados. Segundo o ex-comandante, que estava no cargo desde abril de 2022, o efetivo empregado no início do dia 8 de janeiro era de 440 policiais militares e ao longo do dia foi ampliado para 600 policiais. Na época, o efetivo total da Polícia Militar era de 10,7 mil policiais. "O grande problema na linha da frente do Congresso era a ausência do equipamento de proteção individual", explicou o depoente. Para ele, essa falha contribuiu para que a tropa não conseguisse conter a multidão. O ex-comandante também afirmou que a cavalaria da PMDF não foi acionada para comparecer na Esplanada no dia 8 de janeiro.
Antes de assumir o comando-geral da corporação, Fábio Augusto chefiava a Subsecretaria de Operações Integradas da Secretaria Executiva de Segurança Pública (SSP-DF).
Prisão
Fábio Augusto Vieira foi preso, no 1° Regimento de Polícia Montada, em Taguatinga, em 11 de janeiro, mesmo dia que foi exonerado do cargo, após ser apontado como provável responsável, por ação direta ou omissão, pela falha de segurança ocorrida nos atos extremistas de 8 de janeiro. O ex-comandante da PMDF teve a liberdade concedida no dia 3 de fevereiro.
Leia também
Requerimento
Na ocasião, a comissão aprovou requerimento para alterar a convocação dos três generais para convite: Augusto Heleno, Gonçalves Dias e Gustavo Henrique Dutra. "Recebemos uma delegação de militares, encaminhados pelo comandante do Exército brasileiro, onde ele pediu, se fosse possível, que nós transformássemos as convocações de três generais em convites e aí ele garantiria a presença desses generais, uma vez sendo convidados", disse o presidente da CPI, o deputado Chico Vigilante (PT). A diferença é que o convite pode ser recusado sem que, por isso, haja qualquer sanção; já a presença mediante convocação é obrigatória.
Também foi aprovado o requerimento de convocação do coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, que era da subchefia de Operações, do Departamento de Operações da PMDF.
Depoimentos marcados:
18 de maio: general Gustavo Henrique Dutra de Menezes (general Dutra), ex-chefe do Comando Militar do Planalto.
1º de junho: general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
17 de junho: general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI;
26 de junho: comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves.