CPI dos Atos Antidemocráticos no DF termina em discussão entre parlamentares
O depoimento de Wellington Macedo de Souza levantou controvérsias entre deputados da Câmara Legislativa nesta quinta
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, Brasília
O fim da sessão desta quinta-feira (5) da CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal terminou em discussão entre parlamentares de direita e o presidente da comissão, o deputado Chico Vigilante (PT). O colegiado ouviu o depoimento de Wellington Macedo de Souza, condenado por planejar um ataque a bomba no aeroporto de Brasília.
Alguns distritais questionaram a mudança no cronograma de depoimentos. No calendário, estava previsto para ser ouvido, no próximo dia 19, Saulo Moura Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No entanto, para abrir espaço para o depoimento do blogueiro Wellington Macedo de Souza, a Mesa modificou o cronograma e retirou Cunha da previsão imediata do calendário de oitivas.
Parlamentares como Pastor Daniel de Castro (PP), Paula Belmonte (Cidadania) e Thiago Manzoni (PL) alegaram que Chico Vigilante não abriu espaço para que eles avaliassem a alteração.
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Os deputados também afirmaram que o presidente da CPI não acolheu o pedido de ouvir o fotógrafo Adriano Machado, pois seria uma maneira de vitimizar o profissional de imprensa. Chico Vigilante argumenta, contudo, que o requerimento da oitiva com Adriano Machado foi apresentado duas vezes para votação, mas não foi aprovado.
No fim, o depoimento terminou com Vigilante declarando encerrada a sessão e os deputados pedindo direito de fala. O presidente da CPI disse que não permitiria que se repetisse na Câmara Legislativa o mesmo que aconteceu na CPMI do Congresso.
Parcialidade
Ao fim da sessão, os deputados alegaram parcialidade do presidente da CPI. “É muito importante termos uma CPI que possa responder à população. Aqui eu sempre defendo a imparcialidade, se tem infiltrado, quem são essas pessoas e que elas paguem”, afirmou Paula Belmonte.
Chico Vigilante declarou ainda que é preciso seriedade na investigação dos atos de 8 de janeiro. “Poderíamos ter tido uma das maiores tragédias da nossa história, que era simultaneamente ter o aeroporto de Brasília indo pelos ares, a rodoviária de Brasília [do Plano Piloto] sendo destruída com milhares de pessoas transitando ali, e [atacar] as torres de alta tensão de Taguatinga”, avaliou.
Planejamento da explosão
Durante os questionamentos do colegiado, Wellington Macedo disse que apenas deu uma carona para Alan Diego dos Santos e que não tinha ciência de que ele tinha consigo uma bomba. O relator da CPI, o deputado Hermeto (MDB), avaliou que o blogueiro mentiu.
“Como você entra em um carro com alguém que não conhece, com artefatos, com mochila, e fica rodando horas e horas? A conclusão é que, além de mentir, não tem cabimento o que ele disse aqui”, diz Hermeto.