CPI dos atos extremistas pede depoimento privado de Anderson Torres
Requerimento foi aprovado nesta quinta-feira (9), dois dias depois de a defesa do ex-secretário negar a ida dele à comissão
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
Deputados distritais aprovaram nesta quinta-feira (9) um requerimento para que o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres deponha de forma privada na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos atos extremistas na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). O depoimento está marcado para a próxima quinta-feira (16).
O colegiado investiga os atos de vandalismo de 8 de janeiro e a tentativa de invasão do prédio da Polícia Federal, na Asa Norte, em 12 de dezembro. Torres é suspeito de omissão no caso das manifestações violentas deste ano.
Essa é mais uma tentativa de levar o ex-secretário ao colegiado. A expectativa era que ele comparecesse para depôr nesta quinta. No entanto, Torres decidiu não se apresentar após uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que deixou nas mãos do depoente a escolha de atender ou não ao chamado dos parlamentares.
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O requerimento é de autoria do presidente da CPI, o deputado Chico Vigilante (PT). Na terça-feira (7), o distrital afirmou que o depoimento de Torres é "fundamental" para o andamento das investigações. Há um entendimento nos bastidores de que o requerimento seja uma sinalização para que Torres compareça à comissão.
Torres não deve comparecer
Na terça-feira (7), a defesa de Torres informou que ele não vai comparecer à Câmara Legislativa para prestar depoimento na CPI. De acordo com o advogado do ex-ministro, Rodrigo Roca, ele não vai prestar depoimento porque já deu sua versão sobre os atos do 8 de Janeiro à Polícia Federal, e não há necessidade de um novo interrogatório.
“Ele não vai deixar de ir porque ele está arguindo o direito dele ao silêncio. Não. Ele respeita a Câmara Legislativa, mas ele já falou sobre todos os pontos à Polícia Federal. O depoimento dele durou dez horas. Haveria um dispêndio de dinheiro público com essa movimentação e constrangimento desnecessário".
A Procuradoria da Câmara Legislativa do DF informou que vai recorrer ao STF para evitar que Torres não compareça. A Casa entende que a presença do ex-ministro não afasta o direito dele de permanecer em silêncio para não se autoincriminar.