CPI ouve nesta semana paciente e médico da Prevent Senior
Com os últimos depoimentos previstos antes da votação do relatório, a comissão se dedica aos casos da operadora e da VTCLog
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 deve ouvir, na próxima quinta-feira (7), um dos médicos da Prevent Senior que fizeram denúncias contra a operadora e um paciente que teria sido vítima dos protocolos seguidos pela empresa. As oitivas serão as últimas da comissão. Os requerimentos para ouvi-los devem ser votados nesta terça-feira (5). A próxima semana será marcada pela conclusão do relatório, a ser votado na semana seguinte, com finalização completa dos trabalhos em 20 de outubro.
Denúncias que envolvem a Prevent chegaram à comissão na reta final, no fim de setembro, e fomentaram a continuidade dos trabalhos por mais três semanas. Elas foram feitas por um grupo de médicos e enviadas à CPI, e davam conta de que os profissionais eram obrigados a receitar o chamado 'kit Covid' (composto de medicamentos ineficazes contra a Covid-19, como cloroquina e ivermectina) a todos os pacientes com suspeita ou confirmação da doença.
As denúncias apontaram ainda para uma suspeita de subnotificação de casos e óbitos por Covid-19, em uma suposta estratégia que visava dar confiança ao chamado "tratamento precoce", pregado por diversas figuras do governo, como o presidente Jair Bolsonaro. A advogada que representa os médicos denunciantes, Bruna Morato, prestou depoimento à CPI e afirmou que a Prevent atuou junto com médicos do "gabinete paralelo", que, segundo os integrantes da CPI, assessorava o presidente com informações negacionistas no âmbito da pandemia, com o objetivo de difundir o tratamento precoce.
Informações também indicam que a operadora teria limitado o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) no atendimento dos pacientes, chegando a proibir o uso de máscaras em algumas situações, para facilitar a disseminação do vírus da Covid-19 no ambiente hospitalar. O objetivo seria iniciar um protocolo de testes para o tratamento da doença, mesmo sem a anuência dos pacientes ou de seus familiares.
Na próxima quarta, os senadores ouvem o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, para obter mais informações sobre o caso da operadora de saúde Prevent Senior. A ideia é ver se a agência foi omissa no âmbito das denúncias contra a empresa.
Conforme publicado pelo R7, a ANS não levou adiante uma denúncia de que um usuário da operadora de saúde Prevent Senior recebeu em casa o chamado ‘kit Covid’, sem nem sequer ter passado por uma consulta médica. Na denúncia, o segurado da Prevent afirmou que a operadora encaminhou diversos medicamentos sem que ele detalhasse seu estado de saúde.