Ex-subsecretária de inteligência e ex-chefe do Comando Militar do Planalto serão ouvidos na CPMI
O cronograma prevê mais nove reuniões presenciais, mas há 30 nomes convocados; Maia defende a leitura do relatório em 17/10
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro ouvirá na próxima semana a ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) Marília Ferreira Alencar e o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP). Os depoimentos estão marcados para terça (12) e quinta-feira (14), respectivamente.
A ex-subsecretária de Inteligência foi convocada para esclarecer a atuação das forças de segurança do DF no dia das invasões dos prédios dos Três Poderes. Marília era responsável pelo planejamento e pela execução das operações de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, órgão ao qual compete a produção e a difusão de conhecimentos de ameaças reais ou potenciais, além de ações de prevenção e repressão nos níveis estratégico, tático e operacional.
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Marília também foi diretora de Inteligência do Ministério da Justiça na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e é apontada como a responsável por elaborar um mapa das regiões onde havia a concentração de votos no primeiro turno da eleição de 2022 para o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O mapa teria sido usado pelo ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, preso por suspeita de uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do ano passado.
Já o general Dutra será questionado pela atuação no comando das tropas no monitoramento do acampamento em frente ao quartel-general do Exército. Ele é suspeito de ter barrado o desmonte da mobilização após os atos extremistas do 8 de Janeiro. Em depoimento à CPI na Câmara Legislativa, Dutra disse que o Exército sempre teve a intenção de "desmotivar" o acampamento, mas que ele não era ilegal.
Leia mais:General diz em CPI que acampamento no QG do Exército não era considerado ilegal
Nove reuniões para 30 convocações
Pelo cronograma da CPMI, estão programadas mais nove sessões para a realização de oitivas, mas há 30 convocados na lista de aprovados, além de outros pedidos que ainda podem ser votados. Pelo acordo firmado entre os membros, a oposição teria direito a chamar três depoentes, e a base governista ficaria com seis oitivas.
A cúpula do colegiado já fala em "reta final", ainda que os trabalhos estejam previstos para durar até o fim de novembro. O presidente do colegiado, Arthur Maia (União Brasil-BA), sugeriu que o relatório fosse apresentado em 17 de outubro. Por outro lado, a relatora, Eliziane Gama (PSD-MG), não firmou compromisso com essa data, apesar de sinalizar que não pretende pedir a prorrogação do prazo final dos trabalhos.
"A relatora está na fase final de trabalho. Ela tem, obviamente, prioridade para pedir a elaboração da pauta, porque ela está comandando essas investigações", disse Maia, sinalizando que a divisão das reuniões ainda pode sofrer mudanças de acordo com as demandas de Eliziane.
Além de ouvir Marília e o general Dutra, a relatora quer reconvocar o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.