Crianças alfabetizadas: 14 estados têm níveis abaixo da média do país, segundo relatório
Outras 10 unidades da federação apresentam níveis iguais ou superiores ao do Brasil; números são referentes a 2023
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O nível de alfabetização de crianças em 14 estados está abaixo da média do país e o de outros 10 está igual ou superior à média nacional, que é de 56%. Os dados são referentes a 2023 e foram divulgados nessa terça-feira (28) pelo Ministério da Educação. Nos extremos, Sergipe tem 31%, enquanto o Ceará apresenta 85%. Três unidades da federação não fizeram as avaliações.
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A pasta anunciou o resultado do Indicador Criança Alfabetizada, criado no ano passado pela gestão de Camilo Santana. Segundo o MEC, o Brasil recuperou o desempenho de alfabetização anterior à pandemia de Covid-19. O novo indicador apresenta 20 pontos percentuais acima do que o desempenho apresentado em 2021 (36%) e 1 ponto percentual acima da avaliação de 2019 (55%), avaliados anteriormente pelo indicador Sistema de Avaliação da Educação Básica.
Conheça abaixo os 14 estados com níveis menores que a média nacional (56%):
• Sergipe - 31%
• Bahia - 37%
• Rio Grande do Norte - 37%
• Amapá - 42%
• Alagoas - 44%
• Tocantins - 44%
• Mato Grosso do Sul - 47%
• Pará - 48%
• Paraíba - 51%
• Amazonas - 52%
• Piauí - 52%
• Rio de Janeiro - 52%
• São Paulo - 52%
• Mato Grosso - 55%
Conheça, abaixo, os 10 estados com níveis iguais ou superiores que a nacional (56%):
· Ceará - 85%
· Paraná - 73%
· Espírito Santo - 68%
· Goiás - 67%
· Rondônia - 65%
· Rio Grande do Sul - 63%
· Santa Catarina - 61%
· Minas Gerais - 60%
· Pernambuco - 59%
· Maranhão - 56%
Segundo o governo, o indicador foi calculado a partir do alinhamento nacional dos dados consolidados pelas avaliações aplicadas em 2023 nos estados. Acre, Distrito Federal e Roraima não fizeram as avaliações estaduais. Para os próximos anos, a pasta estabeleceu metas progressivas, sendo 60% (2024), 64% (2025), 67% (2026), 71% (2027), 74% (2028), 77% (2029) e maior que 80% (2030).
Para Lula, alfabetizar mais que 80% até 2023 é ‘pouco’
Durante a apresentação dos resultados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como “pouco” a meta de alfabetizar mais que 80% das crianças brasileiras até 2030. Para ele, o índice deveria ser de 100%. “É um compromisso que ainda não é uma coisa muito gloriosa, porque 80% e não 100%?”, questionou.
“Eu não tenho dúvida que a meta é factível, aliás, eu acho que a gente pode alcançar até antes. Agora, repito, vai depender do esforço dos entes federados. Por isso, essa convocação do presidente, de convocar os governadores para essa política. Se não houver um envolvimento direto do governador, chamando os municípios, se comprometendo. Cada estado está criando incentivo, de premiação, de reconhecimento”, afirmou o ministro.
Ainda na agenda, Santana recebeu elogios de Lula. “Estamos dando o pontapé extraordinário. A experiência do Ceará é muito, mas muito rica para quem quer resolver o problema da educação nesse país”, disse o presidente. O estado nordestino foi governado por Santana, eleito em 2014 e reeleito em 2018 — a maior votação da história do estado para o cargo.
Na área educacional, os cearenses possuem a maior porcentagem de municípios que atingiram a meta do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (5,9) para as escolas públicas municipais, de 98,9%, em 2019.
Rio Grande do Sul
Questionado sobre o cumprimento da meta de maior que 80% até 2030 pelo Rio Grande do Sul, o ministro da Educação informou que a pasta dialoga com as redes gaúchas e que vai apoiar “naquilo que for necessário”.
“Primeiro, a nossa solidariedade sempre ao Rio Grande do Sul. Nós estamos constantemente dialogando com as redes municipais e estadual para apoiar a superação desse momento trágico. Inclusive, aprovamos no Conselho Nacional de Educação o novo calendário escolar para flexibilizar, para evitar mais prejuízos para os alunos”, disse o ministro.
Dados do governo gaúcho, divulgados às 9h dessa terça-feira (28), mostram que 169 pessoas morreram em decorrência das chuvas e das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul, 53 estão desaparecidas, 48.789 estão em abrigos, 581.638 estão desalojados e 806 estão feridos. O relatório afirma que, ao todo, 2.345.400 pessoas e 469 municípios foram afetados pela tragédia ambiental, que começou no fim de abril.