Daniella Marques toma posse como presidente da Caixa nesta terça
Cerimônia será realizada na Caixa, em Brasília, e ocorre após o nome ter sido aprovado pelo Comitê de Elegibilidade da empresa
Brasília|Do R7, em Brasília
Daniella Marques tomará posse como presidente da Caixa Econômica Federal nesta terça-feira (5) em Brasília. A cerimônia oficial será no prédio da instituição. A economista foi aprovada pelo Comitê de Elegibilidade da empresa na última sexta-feira (1º).
A nova presidente substituirá Pedro Guimarães, que pediu demissão na última quarta-feira (29) após denúncias de assédio sexual que são investigadas pelo Ministério Público Federal e pelo Ministério Público do Trabalho. Na carta de renúncia, Guimarães negou as acusações.
Em entrevista à Record TV (veja no vídeo abaixo), Marques falou sobre a facilidade de acesso ao crédito para micro e pequenos empreendedores e reforçou o projeto de apoio às mulheres empreendedoras, o Brasil para Elas, e as condições de acesso ao crédito para a população feminina.
Ela também destacou o entendimento de que as últimas reduções de impostos promovidas pelo governo federal aumentam a produtividade das empresas e geraram incentivo para a produção nacional.
Perfil
No governo desde janeiro de 2019, Daniella Marques foi chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia. Uma das principais assessoras do ministro Paulo Guedes, a nova presidente da Caixa assumiu a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade no início do ano.
Daniela tem formação em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, MBA em Finanças pelo Ibmec e uma carreira no mercado financeiro. Antes de entrar no governo, foi sócia do ministro Guedes numa empresa, onde atuou como diretora.
Denúncias de assédio sexual
Guimarães pediu demissão depois de se tornar alvo de investigações do Ministério Público Federal (MPF) e do Tribunal de Contas da União (TCU) por denúncias de assédio sexual. As suspeitas foram reveladas pelo portal Metrópoles. De acordo com a apuração, os casos teriam ocorrido com empregadas do próprio banco. Em entrevista ao site, as mulheres relataram que se sentiram assediadas pelo economista em diferentes ocasiões, sempre em eventos ou viagens de trabalho.
Há denúncias de aproximação física e toques indesejados. As investidas teriam ocorrido durante viagens realizadas por Pedro Guimarães e funcionários do banco, especialmente em ações do Caixa Mais Brasil, programa criado pelo executivo para dar visibilidade à Caixa em todo o país.
Fontes ouvidas pelo R7 no MPF confirmaram a investigação e afirmaram que as diligências estão sendo feitas sob sigilo na Procuradoria da República no Distrito Federal, já que o economista não tem foro privilegiado. A presidente do TCU, Ana Arraes, já confirmou a investigação da entidade sobre os mecanismos da Caixa para combater esse tipo de assédio.
Na quarta-feira (29), em nota, a Caixa confirmou que recebeu denúncias de assédio e informou que estava investigando o caso desde maio deste ano, mas que o tema vinha sendo tratado de forma interna e em sigilo.
"A Caixa repudia qualquer tipo de assédio e informa que recebeu, por meio do seu canal de denúncias, relatos de casos desta natureza na instituição. A investigação corre em sigilo, no âmbito da Corregedoria, motivo pelo qual não era de conhecimento das outras áreas do banco", afirmou.
Sobre os dados de assédio, a CGU afirmou que a base de dados se refere às manifestações recebidas pelos órgãos do Executivo por meio da plataforma Fala.BR, que teve os primeiros dados coletados em dezembro de 2014. O uso da plataforma passou a ser obrigatório em setembro de 2018.